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Moradores recuperam praça no Jardim das Bandeiras, na zona oeste de SP

Um grupo que mora perto da praça Horácio Sabino, na região de Pinheiros (zona oeste de São Paulo), se uniu para recuperá-la. Arrecadou R$ 1 milhão e reformou a área de 14 mil metros quadrados.

A ideia nasceu há cinco anos, diz a engenheira Maria Clara Kuyven, presidente da Associação Praça Horácio Sabino. Ela frequentava o lugar com uma das filhas e não se conformava com o abandono, como outros moradores.

Eles se organizaram e descobriram, com a Associação dos Moradores do Jardim das Bandeiras, já existir um projeto de revitalização para a praça, que não foi adiante. Formaram então uma associação só para o problema, com sete pessoas. Três delas doaram recursos para as obras.

A praça foi inaugurada nos anos 1960. O desenho original é de Rosa Kliass, arquiteta pioneira no paisagismo do país. Mas o projeto nunca foi totalmente implementado, explica o arquiteto Luciano Fiaschi, que trabalhou em parceria com a própria Kliass na revitalização.

A associação retomou o projeto e foi atrás das aprovações na prefeitura. "Nunca tivemos a pretensão de reinventar a praça, só queríamos adequar aos tempos de hoje", diz Kuyven, 36.

Alberto Rocha/Folhapress
Brincadeira na praça Horácio Sabino, que passou por revitalização, ganhando rampas e nova iluminação
Brincadeira na praça Horácio Sabino, que passou por revitalização, ganhando rampas e nova iluminação

As obras começaram em outubro de 2016. O espaço foi entregue em meados deste ano. As mudanças incluíram drenagem, troca do piso, de iluminação e de bancos e melhora da acessibilidade.

"A praça já era bastante frequentada, mas ficou muito mais depois da reforma. É um lugar de convivência ímpar", afirma Kuyven.

Um exemplo é a horta comunitária. "Fica próxima a uma escola e as crianças vão lá plantar. Ainda é pequena, mas todo mundo pode pegar o que quiser, agora está cheia de tomate", comemora.

Os desafios não acabaram. O acordo com a prefeitura prevê que a associação também faça a manutenção da praça por três anos. Depois, o acordo pode ser renovado. "Só tínhamos o dinheiro da obra, não da manutenção", explica a moradora. Foi aí que entrou um novo ator: uma plataforma de adoção colaborativa de praças.

Idealizada pelo urbanista Marcelo Rebelo, a plataforma Praças funciona assim: moradores interessados em revitalizar uma praça cadastram o projeto no site (www.pracas.com.br) e captam recursos com a comunidade. Quem quiser faz uma contribuição mensal para a obra e manutenção posterior.

Em troca, a plataforma empresta uma personalidade jurídica -e os moradores não precisam formar associação-, se responsabiliza pelas aprovações do projeto, contrata fornecedores e administra os recursos. Cobra 23% sobre o valor arrecadado. "Tiramos o trabalho dos moradores e arcamos com o risco do projeto", diz Rebelo. A prestação de contas é aberta na página do site.

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