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Fazenda de chá moldou história do bairro do Morumbi, em São Paulo

Um dos últimos bairros a serem urbanizados em São Paulo, o Morumbi, na zona oeste, preserva memórias de um município rural. A região, hoje uma das mais ricas da cidade, já foi conhecida como Fazenda Morumbi, propriedade de aproximadamente 8.000 m².

O terreno abrigava uma capela e uma casa luxuosa construída em 1813 pelo regente Diogo Antônio Feijó. Ainda no início do século 19, dom João 6º, grande apreciador de chá, doou o terreno ao agricultor inglês John Rudge, que lá instalou a primeira fazenda de chá do Brasil.

"Os cultivos de chá e as videiras, para a produção de vinho, adequaram-se muito bem à região, que tinha um clima mais frio", conta Silvia Cristina Siriani, professora de história da FMU.

Por volta de 1840, o terreno foi vendido e a casa passou de mão em mão até que, no início do século 20, uma infestação de pragas destruiu as plantações -ponto de partida para a divisão da propriedade em lotes menores.

Em 1948, o processo de urbanização foi iniciado pelo engenheiro Oscar Americano. "O loteamento do terreno começou a atrair famílias com alto poder aquisitivo, interessadas em tranquilidade, luxo e maior distância do centro", diz Levino Ponciano, autor do livro "Bairros Paulistanos de A a Z".

Fotos Divulgação/Aquarella Digital
Casa da Fazenda, construída em 1813 no Morumbi pelo regente Diogo Antônio Feijó, foi reformada após estrutura ruir parcialmente nos anos 1920
Casa da Fazenda, construída em 1813 no Morumbi pelo regente Diogo Antônio Feijó, foi reformada após estrutura ruir parcialmente nos anos 1920

A construção do estádio do Morumbi, no fim dos anos 50, e a mudança da sede do governo do Estado para o Palácio dos Bandeirantes, em 1964, impulsionaram mais o crescimento e a ocupação do bairro. Hoje, a área da antiga Fazenda Morumbi abriga tanto edifícios de luxo quanto a comunidade de Paraisópolis, segunda maior favela da cidade de São Paulo.

A Casa da Fazenda foi preservada até 1920, quando sua estrutura ruiu parcialmente e precisou ser reconstruída. A obra foi então planejada pelo arquiteto modernista Gregori Warchavchik (1896-1972).

Na década de 1990, iniciou-se um novo processo de restauração com base na construção original, em taipas de pilão. Em 2005, a casa e a capela foram tombadas pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo.

Em seus jardins, ainda há plantas nativas como o palmito-juçara e o jerivá, palmeiras da mata Atlântica.

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