O bilionário americano John Jacob Astor (1763-1848) fez sua fortuna no mercado imobiliário. Seu principal conselho para quem quisesse enriquecer era: "Compre na franja, perto de uma cidade que cresce".
O conselho continua atual. Pelo menos é o que mostra estudo da consultoria Prospecta Inteligência Imobiliária, realizado com as cidades com menos de um milhão de habitantes no país e divulgado em janeiro de 2015.
Entre as quatro cidades melhores colocadas no ranking da consultoria, três estão na região metropolitana de São Paulo, incluindo a líder, São Bernardo do Campo. As outras duas são Santo André (3º) e Osasco (4º).
| Joel Silva/Folhapress | ||
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| Cruzamento das avenidas Francisco Prestes Maia e Princesa Maria Amélia, em São Bernardo do Campo |
"Nosso indicador aponta oportunidades de investimento imobiliário. Ele mede a demanda existente nessas cidades, enquanto que o mercado muitas vezes se orienta pela oferta, ou seja, é a construtora que vê alguém fazendo e vai atrás", diz Hugo Barreto, sócio da Prospecta.
Segundo Barreto, o fato das cidades estarem próximas da capital justifica o bom posicionamento. "Elas contam com a geração de riqueza de São Paulo, sempre vão ter uma forte demanda por moradia."
E o investidor de fora ainda não parece ter percebido a oportunidade. "Em São Bernardo, quem compra para investir é quem já tem raízes no local", diz Vanda Benevides, da imobiliária Guaíra, que atua na região do ABC.
Normalmente, investe-se perto de faculdades ou das montadoras de carro, onde há muita demanda por locação, explica Benevides.
COMPACTOS
Os bairros mais procurados são Centro, Jardim do Mar e Planalto e o perfil de apartamento mais buscado são aqueles de 70 metros quadrados, segundo a corretora.
É o caso do engenheiro Tiago Venuti, 34. Natural de Santos, litoral de São Paulo, ele comprou há alguns anos um apartamento em São Bernardo, próximo do local onde trabalhava.
"Eu era solteiro e tinha acabado de terminar a faculdade. Comprei um apartamento pequeno para não precisar me deslocar tanto de casa para o trabalho", conta.
Depois que se casou, Venuti voltou para sua cidade natal, onde mora atualmente com a mulher e os filhos.
"Decidi não vender o meu apartamento antigo em São Bernardo e passei a alugá-lo para complementar a renda", diz. "Foi uma boa decisão. É um dinheiro que faz diferença no final do mês e dificilmente o imóvel fica sem ocupantes."
| Zanone Fraissat/Folhapress | ||
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| Vista do edifício Violet Residence, em São Bernardo do Campo |
Para Lina Sabbahi, sócia da construtora Sabbahi, que atua no ABC, a oferta de novos imóveis, especialmente em São Bernardo, ainda não é capaz de atender à demanda da cidade.
A incorporadora constrói o Violet Residence, que conta com 240 metros quadrados e três suítes. O prédio deve ser entregue em março de 2018 e as unidades são vendidas a partir de R$ 5.000 por metro quadrado.
O empresário paulistano José Girani, 36, comprou um apartamento na planta em Osasco, no começo do ano.
"Ainda não me decidi se vou revendê-lo quando ele ficar pronto ou tentar alugá-lo. Vai depender de como estiver o mercado", diz.
Investidor de primeira viagem, Girani escolheu Osasco principalmente por causa do preço.
"Sempre morei na zona oeste, então Osasco para mim é praticamente a esquina de casa. Estava procurando apartamentos em São Paulo e acabei me deparando com preços mais acessíveis por lá", conta.
Em Santo André, empreendimentos como o Way Parque das Nações, da construtora Reluma, apostam nos preços mais acessíveis.
"Procuramos oferecer um valor interessante para o mercado", diz Rose Bersani, gerente de vendas da incorporadora, que oferece apartamentos no prédio por volta de R$ 5.000 o metro quadrado.
O empreendimento tem imóveis de dois dormitórios e 59 metros quadrados e deve ser entregue em novembro.