A área de lazer é apontada por 27% dos paulistanos da classe A como a principal qualidade do condomínio onde vivem, revela pesquisa realizada pelo Datafolha.
Já as classes B e C dizem que a melhor característica do prédio no qual moram é a segurança -segundo item mais bem avaliado pela classe A (15%; veja quadro).
Fazem parte desse grupo casais de poder aquisitivo mais alto com filhos pequenos ou adolescentes.
"São pessoas acima dos 40 anos, bem-sucedidas e que querem uma brinquedoteca monitorada, quadra e piscina para as crianças", diz Bruno Bendet Grinapel, gerente comercial da incorporadora MDL.
A empresa entregou em dezembro do ano passado o Art Cube, no Alto de Pinheiros (zona oeste), com itens como espaço gourmet, piscinas, brinquedoteca e praça. Os imóveis de 145 a 263 metros quadrados custam de R$ 1,5 milhão a R$ 2,7 milhões.
| Marcelo Justo/Folhapress | ||
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| Crianças brincam na área de uso comum do Art Cube, no Alto de Pinheiros, em SP |
Para Márcio Rachkorsky, colunista da Folha e advogado especializado em condomínios, a classe A tende a optar por prédios com boas áreas comuns, mas que assegurem certa privacidade.
"Muitos empreendimentos possuem torres completamente autônomas, com acesso exclusivo e elevadores privativos", diz Rachkorsky.
A preferência pela área de lazer repleta de opções se justifica, ainda, pela valorização do imóvel, além da segurança de ter acesso aos espaços coletivos sem sair de casa.
"Em vez de ter de se deslocar até o parque, o morador pode fazer atividade física no prédio", diz a arquiteta Giuliana Sampaio, que pesquisou os condomínios-clube paulistanos para seu mestrado na Universidade Mackenzie.
A academia, o salão de festas e a churrasqueira estão entre os ambientes mais utilizados, assim como a piscina, segundo especialistas.
Também têm boa procura espaço gourmet, quadras, a brinquedoteca e parquinho.
SÓ DIVERSÃO - Qual a principal qualidade do condomínio em que você mora?*
"Ver os filhos praticando esportes e longe de dispositivos eletrônicos é algo que a classe média alta privilegia", diz Angélica Arbex, gerente de relacionamento com o cliente da Lello, administradora de condomínios.
Segundo Emilio Kallas, vice-presidente de incorporação imobiliária do Secovi-SP, o tamanho do terreno é o que mais influencia a área de lazer. "Também pesa na escolha como a incorporadora quer atrair o comprador, oferecendo itens que chamem mais a atenção", afirma.
O valor dos condomínios de alto padrão varia de R$ 1.500 a R$ 5.000, diz Eduardo Shpaisman, diretor de operações da Shpaisman.
A construtora é dona do Landscape Perdizes, com plantas de 176 a 225 metros quadrados.
Entre os itens de lazer estão piscina com raia de 25 metros, uma minipraia, sauna e playground. Os apartamentos custam de R$ 2,6 milhões a R$ 3 milhões.
O Datafolha ouviu 493 pessoas das classes A, B e C de todas as regiões da cidade, entre 10 e 12 de agosto.
O conceito de classes utilizado foi o Critério Brasil, Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, classificação feita com base na posse de bens.