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novos jeitos de morar

Vizinhança é mais bem avaliada no centro de São Paulo

Proximidade com vizinhos não é novidade para a empresária Fernanda Carvalho, 41, que mora em frente à Câmara Municipal, no centro de São Paulo. Quando se mudou para lá, há dez anos, fazia home office e conheceu outros moradores em cafés da região.

"Temos um grupo no Whatsapp e organizamos eventos no prédio, como bazares, exposição de fotos, festa junina e festa de final de ano", diz.

Assim como Carvalho, quase todos (97%) os moradores da região central de São Paulo avaliam sua relação com os vizinhos como ótima ou boa, segundo pesquisa Datafolha. Em segundo lugar está a zona oeste, com 86%. No geral, o índice é de 83%.

Evelson de Freitas/Folhapress
A empresária Fernanda Carvalho na cobertura do prédio em que mora, na Bela Vista
A empresária Fernanda Carvalho na cobertura do prédio em que mora, na Bela Vista

Para Leandro Medrano, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, algumas políticas urbanas relativamente recentes, como a mudança da prefeitura para a região, a transformação de edifícios abandonados em moradias populares e a programação cultural intensa têm contribuído para incentivar a integração entre moradores.

Além disso, ele destaca que o plano arquitetônico do centro favorece esse contato, já que há poucos muros e menos segregação que em outros bairros.

Outro ponto é o perfil dos moradores, que, segundo Marco Antonio Ramos de Almeida, vice-presidente da Associação Viva o Centro, estão mais dispostos a compartilhar. "A pessoa que escolhe morar no centro não está buscando paz e sossego, como seria em uma área estritamente residencial."

O estudante de arquitetura Daniel Korn, 23, mora há dois anos em um apartamento próximo ao vale do Anhangabaú, onde convive com casais jovens e estudantes. Muitos moradores são de fora de São Paulo e estão abertos a novas amizades. Quando cheguei, os vizinhos bateram na minha porta para se apresentar e oferecer ajuda", lembra.

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