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novos jeitos de morar

Bairros planejados viram ilhas de sossego em São Paulo

A advogada Carolina Ferrareze, 32, é moradora de um apartamento de 200 metros quadrados no Jardim das Perdizes, zona oeste, desde setembro de 2016. De lá para cá, sente que a mudança de endereço também provocou mudança no estilo de vida.

"Quando criança, eu vivia na rua. Num lugar assim, com maior sensação de segurança, sinto que estou resgatando isso", afirma.

Para ir ao parque, Ferrareze usa escaneamento biométrico e pega um dos cinco elevadores em seu andar. No térreo, encontra quatro bicicletas disponíveis para seu apartamento. Mas, na maioria das vezes, opta por uma caminhada ou corrida com vizinhos, enquanto seus filhos, de 5 e 9 anos, fazem esportes.

Às quintas, a advogada e o marido vão à feira comer pastel e tomar caldo de cana, também dentro do condomínio. Lá, agendam uma noite de pôquer no fim de semana ou uma tarde de manicure no salão do prédio. "Ganhar tempo é uma vantagem tão grande quanto a segurança."

O bairro planejado onde Ferrareze vive com a família é um projeto da construtora e incorporadora Tecnisa. São 250 mil metros quadrados e um plano de 25 torres residenciais, duas torres comerciais e um hotel. As unidades de dois dormitórios partem de R$ 614 mil. Os de quatro quartos chegam a R$ 1,9 milhão.

COMPLEXO

A área abriga ciclovias e praças. Está prevista a inauguração de restaurantes, mercados, lavanderia e farmácia. "Aí o bairro estará completo", diz a advogada.

Divulgação
Área do Parque das Flores, na zona leste
Área do Parque das Flores, na zona leste

Do outro lado da cidade, na zona leste, a ambição ainda é maior: redesenhar a área entre os bairros do Itaim Paulista, Guaianazes e Vila Curuçá para criar o Parque das Flores. O complexo de 115 mil metros quadrados terá 24 torres e 2.490 apartamentos de dois dormitórios e 48 metros quadrados. Terá hipermercado, escolas, bancos, ruas e avenidas largas, com espaço para corredores de ônibus, além de um parque.

"Como a região não cresceu de forma disciplinada, acreditamos que esse bairro dará uma nova cara a ela", diz Sérgio Thomas, diretor da Jalico, incorporadora responsável pelo projeto.

A entrega da primeira torre está prevista para setembro de 2019, e o metro quadrado das unidade custará a partir de R$ 3.700. Todos os condomínios integram o programa Minha Casa Minha Vida. Ao longo dos dez anos estimados para a conclusão da obra, espera-se que o entorno também seja valorizado.

Valorização da vizinhança também é um dos objetivos do Grand Reserva Paulista, bairro planejado lançado em março em Pirituba, na zona norte da capital, com 170 mil metros quadrados.

Eduardo Anizelli/Folhapress
Vista do Grand Reserva Paulista, em Pirituba, zona norte
Vista do Grand Reserva Paulista, em Pirituba, zona norte

O lugar terá 7.300 apartamentos em 48 torres. "Queremos agregar valor ao entorno", afirma Sérgio Paulo Amaral, diretor comercial da MRV Engenharia.

Esse é o maior empreendimento da MRV no Brasil. A empresa está investindo R$ 30 milhões para implantar fiação subterrânea, creche, ciclovias, praças, um centro administrativo da Polícia Militar e três centros comerciais.
Cada condomínio terá duas torres e um total de 288 apartamentos, cujo tamanho variará entre 42 e 43,4 metros quadrados. O preço médio é de R$ 225 mil.

Para Amaral, no entanto, o lançamento desses empreendimentos está com os dias contados na região metropolitana. "Bairros planejados não devem se consolidar como uma tendência porque há poucos terrenos tão grandes para a construção de novos bairros em São Paulo. Empreendimentos desse tipo terão que ficar cada vez mais distantes do centro da cidade."

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