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novos jeitos de morar

Prédios adotam soluções para moradores mais velhos

De olho em um público cuja tendência é só crescer daqui para frente, construtoras e condomínios começam a se adaptar às demandas de moradores mais velhos.

A proporção de pessoas de 60 anos ou mais em São Paulo, que era 6 para cada 10 jovens em 2010, chegará a 12 para 10 jovens em 2030. Em 2050, a relação será de 21 idosos para cada 10 jovens, segundo o Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados).

"As empresas de construção estão passando a oferecer soluções e facilidades com alterações que podem ser feitas ainda na planta do imóvel. São coisas como a alteração da largura da porta, instalar barras de apoio no banheiro, nivelar o piso de todos os cômodos e mudar a altura das tomadas", afirma a advogada especialista em direito imobiliário Catia Vital.

Evelson de Freitas/Folhapress
Moradores se exercitam em academia voltada para idosos em condomínio na zona sul
Moradores se exercitam em academia voltada para idosos em condomínio na zona sul

A Tecnisa prevê lançar em 2018 o Senior Living dentro de seu empreendimento Jardim das Perdizes, na zona oeste de São Paulo. A torre, uma dentre as 28 do condomínio (25 residenciais), terá terá apartamentos equipados, enfermeiros de plantão, área de lazer planejada para a terceira idade e elevador com espaço para maca.

A construtora não informa o valor nem o tamanho dos imóveis, mas o público-alvo é o de classe média alta. Na última década, brasileiros com mais de 60 anos detinham 11% da renda do país. Nos próximos quatro anos, segundo um estudo da Tetra Pak, devem passar a ter 16%.

Para João da Rocha Lima, coordenador do núcleo de real estate da Escola Politécnica da USP, a construtora encontrará mercado. "Esse tipo de empreendimento, voltado para idosos, é muito comum nas grandes economias e tem muita lógica aqui no Brasil. Ele tem o conceito de cuidado, socialização e de facilitação do dia a dia das pessoas."

Foi pensando em comodidade e segurança, que o aposentado Enrique Wuilleumier, 86, sugeriu no condomínio onde mora, na Vila Mariana (zona sul) a criação de um "playground da longevidade" na área comum.

Segundo o síndico Carlos Humberto Correia, 63, a academia ao ar livre, com equipamentos planejados para idosos, custou R$ 8.000, em 2012, e é hoje é usada pelos cerca dos 30% de moradores, que têm mais de 60 anos.

"Podemos fazer aqui, de forma mais segura, o mesmo circuito que há parque da Aclimação", diz o morador Rodrigues Santos, 72.

Para Wilma Zadra, 58, que também vive no condomínio, a opção favorece a convivência entre os moradores. É comum chegar ao local, que tem uma rampa de acesso, e encontrar os vizinhos.

"Instalamos a academia sempre com a preocupação de não deixá-las próximos aos playgrounds infantis, para permitir maior tranquilidade", diz Artur Henrique Carvalho, da empresa Playlong.

Há quem opte por residenciais que integram o conceito de condomínio fechado com centro de repouso.

É o caso da Cora Residencial Senior, que tem hoje sete residenciais onde vivem 400 idosos em suítes individuais, duplas ou triplas.

O centro oferece os serviços de médicos, enfermeiros e nutricionistas, restaurante, sala de cinema e espaço ecumênico, além de aulas de teatro e de terapia com cães. As visitas são permitidas 24 horas opor dia, e as mensalidades vão de R$ 5 mil a R$ 15 mil.

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