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Demorou, mas reciclagem de cápsula de café começa a crescer

A novidade na área dos cafés de dose única são as cápsulas biodegradáveis e compostáveis da marca Orfeu, que entraram em produção em outubro de 2017.

São feitas de bioplástico e ganharam selo ecológico. Segundo a empresa, a embalagem demora cerca de quatro meses para se desintegrar em processos de compostagem.

O Brasil é o maior produtor de café do mundo e o segundo maior consumidor. Em 2017, 40% da safra brasileira foi consumida internamente. Desse total, 81% foi preparado a partir de café torrado e moído e 1,5% foi consumido em forma de cápsulas. Isso é muito. São cerca de 250 mil sacas, com 60 kg cada.

Para as empresas, o lucro é muito maior. A parcela de café que vira cápsula gera 10% do valor das vendas do mercado. Enquanto 1 kg de café torrado e moído custa R$ 22, uma cápsula com 5 g custa entre R$ 1 e R$ 2. Ou seja, 1 kg de café em cápsula custa entre R$ 200 e R$ 400.

Também por isso, o país saltou de uma única empresa, a Nespresso, em 2006, para cerca de 120 marcas atuando nesse nicho. Um impulso veio em 2013, com a queda da patente de direitos econômicos concedido para a Nestlé pela tecnologia das cápsulas.

Eduardo Knapp/Folhapress
Cápsulas de café para reciclagem
Cápsulas de café para reciclagem

Segundo Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), nos próximos quatro anos, a fatia das cápsulas deve atingir de 3% a 4 % do mercado.

Demorou, mas nos últimos anos, junto com o aumento do consumo veio também a ampliação da reciclagem. Na visão do diretor da Abic, o consumidor quer uma destinação correta para os resíduos. "Há uma demanda mandatória pela reciclagem", diz.

Nas cápsulas tradicionais, de alumínio e plástico, as quatro líderes do mercado –Nespresso, Dolce Gusto, Pilão e Três Corações– têm programas de reciclagem.

A Nespresso só começou seu programa efetivamente em 2011, quando decidiu desenvolver uma estrutura própria para separar os materiais e destinar os subprodutos.

O consumidor entrega as cápsulas em um dos 42 pontos de coleta nas lojas ou devolve em serviços de entrega. As cápsulas são enviadas a um centro de reciclagem. Alumínio vira de novo alumínio e café vira adubo orgânico.

A empresa diz que reciclou, em 2017, 13,3% das cápsulas vendidas, contra 8,6% em 2016. Tem capacidade para reciclar quatro vezes mais.

A Pilão, que embala suas doses únicas em cápsulas de plástico e alumínio, participa de um programa de reciclagem desenvolvido pela empresa TerraCycle desde novembro de 2017. Até o início desta semana, o programa registrava recebimento de 20 mil cápsulas. Para participar, o consumidor deve enviar o material pelo correio.

A Três Corações começou a ação de reciclagem em abril de 2017 nos estados de São Paulo e Ceará, em 52 pontos de coleta. A partir de maio, planeja ter coleta em outras capitais do Brasil.

A Dolce Gusto tem pontos de coleta em lojas do Pão de Açúcar em cidades como São Paulo, Campinas e Rio.

Editoria de Arte/Folhapress
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