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Zona Oeste

Indústria e futebol moldam a Barra Funda

Pela estação de trem Barra Funda, no começo do século 20, cereais e frutas chegavam ao largo da Banana. Ali, entre um carregamento e outro, os trabalhadores armavam algumas das primeiras rodas de samba de São Paulo.

O cenário mudou quando o prefeito Francisco Prestes Maia colocou em prática, em seu primeiro mandato, entre 1938 e 1945, seu projeto urbanístico. Um dos objetivos do plano era facilitar o acesso às indústrias e chácaras da parte oeste da cidade por meio de um viaduto em cima da avenida Pacaembu.

Quem ganhou o concurso para realizar a obra do viaduto, em 1939, foi a empresa Pilmat, a Pilon & Matarazzo Ltda, do arquiteto francês Jacques Émile Paul Pilon e do engenheiro civil Francisco Matarazzo Neto, responsáveis por outras centenas de construções da capital.

Com a inauguração do viaduto Pacaembu, todo em art-déco, 20 anos depois, o largo da Banana e suas rodas de samba foram extintos. Enquanto a música ia embora, o futebol chegava à região, com o Estádio Municipal do Pacaembu, inaugurado em 1940 a dois quilômetros dali.

A construção de outro viaduto na Barra Funda, o Antártica, também se mistura com a industrialização e o futebol paulistano —quando as áreas de várzea deram vez às fábricas, foi preciso ligar o centro à zona oeste por meio de um viaduto.

No fim do século 19, uma das maiores indústrias na região era a Companhia Antarctica Paulista, que construiu a primeira fábrica de cervejas no país. Em 1902, inaugurou o Parque da Antarctica, com 300 mil metros quadrados.

Local de lazer para os moradores da região, o parque tinha também um campo de futebol, onde foi disputado o jogo de abertura do primeiro campeonato oficial de futebol do país, o Paulista.

O Palmeiras, então chamado de Palestra Itália, comprou o campo de futebol e grande parte do terreno do Parque da Antarctica em 1920, e inaugurou, 13 anos depois, o Stadium Palestra Itália, que continuou conhecido como Parque Antarctica. A arena foi rebatizada de Allianz Parque em 2014.

Com o tempo, os viadutos também mudaram de nome. Em 1979, o viaduto Pacaembu passou a se chamar viaduto General Olímpio da Silveira. Já o Antártica foi rebatizado em 2015, após um projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal. Agora se chama viaduto Antártica - Oberdan Cattani, homenagem ao goleiro do Palmeiras, que jogou entre os anos 1940 e 1950.

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