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Zona Oeste

Cervejarias dão vida às noites em Perdizes

A vocação de bairro mais boêmio de São Paulo da Vila Madalena vem se expandindo para as vizinhas Perdizes e Vila Pompeia, regiões majoritariamente residenciais. São cervejarias de estilo artesanal para um público em busca de novidades na vida noturna da zona oeste.

Há seis meses, o catarinense Marcelo de Andrade, 51, abriu o Armazém Garnizé, um espaço de 100 metros quadrados com cara de cervejaria antiga, no Largo Padre Péricles, 110, na fronteira entre Perdizes e Barra Funda.

Ele procurava um local com aluguel razoável e poucos concorrentes. O aluguel do metro quadrado de um ponto comercial na Vila Pompeia e em Perdizes chega a custar 42% a menos do que na Vila Madalena, segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio).

Outra vantagem foi a inauguração do Allianz Parque, no fim de 2014, que leva o público dos shows e eventos a lotar os bares dos arredores.

Alberto Rocha/Folhapress
São Paulo, SP, Brasil, 19-03-2018: Interior da cervejaria Trilha, em Perdizes. (Foto: Alberto Rocha/Folhapress)
Salão do Trilha Cervejaria

No cardápio de boteco do Garnizé, porções de bacalhau, pepinos em conserva e uma seleção de sanduíches. O que mais vende é o hambúrguer (150 gramas, R$ 25).

Nas prateleiras, 80 rótulos de cervejas artesanais que custam de R$ 12 a R$ 40. "A grande maioria dos meus clientes é do bairro. Ao entrar, sempre dizem que faltava mesmo um bar na região", conta Andrade.

Na rua Apinajés 137, na Vila Pompeia, há sete meses uma antiga oficina de carros deu lugar ao Trilha Cervejaria. "O ambiente é fabril mesmo. Não queremos ser um bar, mas um ponto de encontro", diz Daniel Bekeierman, 35, um dos quatro sócios.

Ali não tem mesa, nem garçom. Os clientes se servem direto do balcão, que reúne 15 torneiras de cervejas, a maioria de fabricação própria. Os chopes custam a partir de R$ 15. Também dá para levar cerveja para casa. A Trilha tem uma máquina que fecha latas de um litro, vendidas a partir de R$ 50.

E para quem não consegue beber de estômago vazio, os donos colocaram uma placa com os telefones dos restaurantes e lanchonetes que entregam ali. "Esse é uma alternativa para o cervejeiro de carteirinha vir ao nosso bar com a família toda", afirma Bekeierman.

Inaugurada no fim de janeiro, a Montanha Tap House funciona em um casarão do início do século passado, que foi recentemente reformado, na Rua Bartira, 1.447 em Perdizes.

A cerveja artesanal é de fabricação própria, produzida em Itatiaia (Rio de Janeiro).

Alberto Rocha/Folhapress
São Paulo, SP, Brasil, 19-03-2018: Interior da cervejaria Trilha, em Perdizes. (Foto: Alberto Rocha/Folhapress)
Ambiente externo do Capitão Barley Cervejaria Artesanal

Moradora da região e frequentadora dos bares, a executiva comercial, Gilmara Souza, 36, diz ser evidente a proliferação dos estabelecimentos em Perdizes. "Para quem mora na região como eu é ótimo, porque não preciso mais pegar o carro para me divertir", diz.

Um dos bares preferidos da executiva é o Capitão Barley Cervejaria Artesanal, na rua Cotoxó, 516, na Vila Pompeia. São dez torneiras de chope (a partir de R$ 10, 300 ml), que saem direto da câmara fria. Oferece 150 rótulos de cervejas além de sanduíches e porções como a de coxinhas (6 unidades sai por R$ 22) e o bolovo (R$ 18).

Para Percival Maricato, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), a vantagem é sair do bochicho. "Muitas pessoas preferem o conforto e o preço justo no lugar de filas de espera e contas altas."

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