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santana/casa verde

Biblioteca erguida no lugar do Carandiru se torna referência em SP

A Biblioteca de São Paulo (BSP) foi uma das finalistas do The London Book Fair International Excellence Awards –ao lado de Oslo, na Noruega, de Aarhus, na Dinamarca, e de Riga, na Letônia.

A premiação, da Associação de Editores do Reino Unido (UK Publishers Association), reconhece as melhores iniciativas internacionais na área do livro em 17 categorias.

A BSP candidatou-se na categoria Melhor Biblioteca do Ano. O resultado foi anunciado em 10 de abril e a vencedora foi a Letônia. "Estar na final com essas instituições que são referência no mundo foi uma grande vitória", afirma Sueli Motta, superintendente de Bibliotecas.

Para Sueli, a BSP chamou atenção da comissão julgadora pela diversidade do público atendido, com atividades para todas as faixas etárias –de bebês a idosos– e por atuar de acordo com o conceito de "biblioteca viva", prática adotada pelas melhores bibliotecas internacionais, com foco em serviços e no incentivo para que as pessoas aproveitem o espaço.

Também contou o fato de a BSP ter sido construída em um lugar emblemático.

O grande prédio de vidro colorido em uma área de 4.257 metros quadrados, na zona norte de São Paulo, está instalado no mesmo local onde funcionou a Casa de Detenção do Carandiru, instituição marcada por uma história de violência, que culminou com a rebelião e massacre de 111 detentos, em 1992.

Desativada e implodida dez anos depois, deu lugar, em 2010, ao Parque da Juventude, onde está a biblioteca.

Os frequentadores –cerca de 25 mil por mês– podem ler livros, revistas e jornais, usar internet, ver filmes, ouvir música, fazer cursos, brincar com jogos de tabuleiro, relaxar e conversar nas diversas áreas de convivência.
"Queremos que as pessoas sintam prazer. Isso é fundamental para que possamos realizar nosso trabalho de incentivo à leitura", diz Sueli.

A organização do espaço foi concebida por faixas etárias, representadas por cores. No piso infantojuvenil, laranja, estão agrupados os recursos e atividades destinados a crianças até seis anos. A cor lilás marca a área para os de 7 a 11 anos, e a verde para os de 12 a 17 anos.

No piso adulto está o acervo com mais de 43 mil obras, principalmente de literatura. Ele é atualizado semanalmente e considera as sugestões dos sócios.

"Se compramos um livro sugerido por um sócio, avisamos por email que já temos a obra disponível", diz.

É também nessa área da biblioteca que estão o Espaço +60 e o Espaço +18 anos, com atividades direcionadas a essas faixas etárias.

Grande parte alunos das duas Escolas Técnicas Estaduais (Etecs), localizadas em frente à BSP, frequenta os Saraus para Jovens, um palco aberto para apresentações e leituras, realizados uma vez por semana. "Eles também usam os espaços para estudar, ler e ouvir música. São frequentadores diários", diz Sueli.

As atividades que mais fazem sucesso são as oficinas digitais que ensinam pessoas com mais de 60 anos a utilizar smartphones e os mais de 90 computadores para acessar gratuitamente a internet.

"É assim mesmo que funciona", afirma Penyamin Ekizian, 77, morador da região há mais de 60 anos, que lê um livro por semana e vai quase todos os dias à biblioteca. "Eu já fiz curso de computação e hoje estou aprendendo a aproveitar melhor os recursos do meu celular", afirma.

Todas as atividades são gratuitas e podem ser conferidas pessoalmente ou no site bsp.org.br. Para utilizar o local, é preciso apresentar um documento com foto e fazer a carteirinha de sócio.

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Biblioteca de São Paulo
Av. Cruzeiro do Sul, 2.630, no Parque da Juventude, em Santana. Terça a domingo e feriados, das 9h30 às 18h30. bsp.org.br

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