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centro e zona norte

Primeiro aeroporto da cidade, Campo de Marte é marca da zona norte

Com a construção da pista para pousos e decolagens em 1920, o Campo de Marte foi o primeiro aeroporto da capital paulista.

Na época, o espaço era utilizado para treinamentos da Força Pública do Estado de São Paulo, futura Polícia Militar, que criou no local sua escola de aviação.

"Com o tempo foram desenvolvidas uma série de atividades ligadas à aviação, com a criação de aeroclubes, escolas e locais para manutenção de aviões", afirma Edson Violim Junior, professor de história da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas).

Com a derrota do estado na Revolução Constitucionalista de 1932, o terreno de 2,1 quilômetros quadrados sofreu um bombardeio e passou às mãos da União, que instalou ali a base da Aeronáutica.

Em 1958, a prefeitura entrou na Justiça para retomar o controle do local –uma disputa judicial que já dura 60 anos.

Sergio Fornazari/ Sabel Incorporadora
Pista do aeroporto Campo de Marte, em Santana, na zona norte de São Paulo
Pista do aeroporto Campo de Marte, em Santana, vista a partir do empreendimento The Point, da construtora Sabel

Atualmente, o Campo de Marte é administrado pela Infraero e pela Aeronáutica. Não tem linhas aéreas regulares, mas é o quinto aeroporto em movimento operacional no país, ligando mais de 1.300 municípios.

Em 2017, foram cerca de 69 mil pousos e decolagens e 119 mil passageiros transportados, incluindo aviação geral, executiva e táxi aéreo.

No terreno também funcionam o Aeroclube de São Paulo, algumas escolas de aviação e instalações da Aeronáutica, como o Parque de Material da Aeronáutica e o Núcleo do Hospital de Força Aérea de São Paulo.

Há ainda uma área de 400 mil m2 com campos de futebol e um trecho preservado de Mata Atlântica, espaço que está sendo negociado pela prefeitura para a criação de um parque municipal.

"Além de ser um aeroporto importante para o agronegócio e para a aviação regional, ao conectar diversas cidades paulistas, ele tem importância histórica na formação de profissionais da aviação", diz Olavo Fontoura, um dos fundadores da Associação do Campo de Marte, grupo formado por empresas e usuários.

Já para a historiadora Silvia Tommasini, o aeroporto tem um grande impacto no espaço aéreo e na malha viária do município, mas não cumpre seu papel social de dialogar com a cidade. "Uma área que deveria ser pública acabou se tornando um espaço para aviões particulares. O ideal seria que servisse para desafogar outros aeroportos, como Congonhas, o que não acontece", diz.

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