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Terrenos estratégicos fazem Santo André espichar mais que vizinhas

Nenhuma cidade do ABCD, na Grande São Paulo, recebeu tantos empreendimentos nos últimos cinco anos quanto Santo André.

De 2013 a 2017 foram lançados no município 145 prédios com 10.747 apartamentos, o que representa 56% do total na região, que abrange ainda São Bernardo do Campo, São Caetano e Diadema. Os dados são de pesquisa do Grupo ZAP VivaReal.

São Bernardo vem na sequência, com 79 lançamentos e 8.419 imóveis. São Caetano recebeu 35 empreendimentos e Diadema, 23.

Alex Macauba, 44, sempre morou em Santo André. Há cinco anos, mudou-se de uma casa em bairro mais afastado para um prédio mais próximo do centro, no bairro Jardim.

Ele diz ter optado por viver no prédio para que o filho tivesse companhia para brincar. Mas Macauba acabou ganhando também um novo trabalho.

"Logo que me mudei virei síndico do prédio e fui pegando gosto pela coisa. Acabei virando síndico profissional", explica.

Adriano Vizoni/Folhapress
SAO PAULO - SP - BRASIL, 22-05-2017, 20h00: PERSONAGEM ABCDOG. Retrato do casal Wagner Toneli e Juliana Magalhaes, feito no apartamento decorado. O casal e um dos que compraram apartamento do empreendimento Sonata MBigucci. (Foto: Adriano Vizoni/Folhapress, IMOVEIS) ***EXCLUSIVO FSP***
Apartamento do residencial Sonata, construído pela MBigucci em Santo André

"Hoje administro cinco condomínios, todos a menos de dois quilômetros de onde moro. E montei uma empresa de medição de água e luz que presta serviço para outros 12 edifícios. O mais velho tem só dez anos. Aqui não para de subir prédio."

A oferta na cidade é variada. Vai desde prédios como o Le Quartier, da construtora Diálogo, com apartamentos de até 128 metros quadrados, com quatro quartos e duas vagas, até opções mais compactas, como o Sonata, da MBigucci, com unidades a partir de 37 metros quadrados.

No primeiro, o preço da unidade parte dos R$ 602,8 mil. Já o segundo tem apartamentos vendidos a partir de R$ 199 mil, no programa Minha Casa Minha Vida.

Para Robson Toneto, diretor de vendas da MBigucci, a lei de zoneamento de Santo André, o preço do metro quadrado e o fato de haver ainda espaço para expansão favorecem a construção na cidade.

"Está em plena verticalização", diz Piero Sevilla, diretor de incorporação da Cyrela.

A construtora lançou no bairro do Campestre o Heredità, com apartamentos que vão de 64 a 81 metros quadrados e são vendidos a partir dos R$ 450 mil.

"Santo André fica perto de São Paulo, tem preço de metro quadrado atrativo, boa infraestrutura urbana e ainda fácil acesso ao litoral", diz Sevilla.

Para o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci, as "irmãs" do ABCD não tiveram a mesma sorte.

"São Caetano possui restrição territorial, já que é um dos menores municípios do estado. E São Bernardo sofreu com a crise que afetou a indústria automobilística. Santo André tem uma economia mais diversificada", compara.

Cristiane Crisci, gerente de inteligência de mercado do Grupo ZAP VivaReal, corrobora a percepção.

"Em um bairro mais nobre como o Campestre, o metro quadrado sai por cerca de R$ 6.500. Mas há bairros como o Jardim Santo André, com metro quadrado a R$ 3.700. Há diversidade."

Segundo Crisci, existe também um movimento de migração que dinamiza o mercado local. "Moradores de Mauá veem Santo André como a primeira opção de localização na hora de comprar", diz.

"As pessoas costumam ser fiéis às suas cidades, mas aqui enxergamos quase como se fosse um 'upgrade'. Há uma demanda muito grande."

A gerente de sistemas Tabitha Maia, 26, se mudou para Santo André há pouco mais de um ano, vinda de Diadema. "Já trabalhava na cidade havia algum tempo e decidi que queria morar mais perto."

Foi para um apartamento no Parque das Nações. "Queria morar em Santo André, mas não tinha noção dos preços por aqui", diz. "No final encontramos opções até mais baratas que as de Diadema."

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