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Centros da Grande São Paulo têm espaço para crescer

Andre Mazzeo/Divulgação
SAO PAULO, SP, BRASIL, 28.01.18 1h O que vai bombar no Carnaval 2018 nas ruas. Denny Azevedo, 34, e Ricardo Don, 31, artistas, no Academicos do Baixo Augusta. (Foto: Marcus Leoni / Folhapress, COTIDIANO)
Apartamento do empreendimento Le Quartier, da Diálogo, que fica no centro de Santo André

Na contramão de boa parte de São Paulo, que busca nas fronteiras espaço para expansão, Santo André e Diadema devem crescer, nos próximos anos, em seu centro.

"São cidades com uma legislação que favorece a construção nas áreas centrais, por isso é ali que os empreendimentos devem continuar se expandindo", explica o arquiteto e urbanista Mauricio da Silveira Vera, 50, que atua na região do ABCD.

O plano diretor de Diadema permite construir empreendimentos maiores, com mais apartamentos, em regiões centrais da cidade, o que torna o investimento mais atraente.

Na cidade, explica Maurício, a lei permite construir até 6.000 metros quadrados sobre um terreno de mil metros quadrados. Em algumas áreas de São Paulo, por exemplo, esse limite é de apenas 2.500 metros quadrados em uma área de mesmo tamanho.

O urbanista cita os bairros Jardim Remanso, Jardim Pitangueiras, Jardim Diadema e Jardim Miriam como aqueles com maior potencial para receber futuros empreendimentos, por sua boa infraestrutura e disponibilidade de terrenos.

Na outra ponta do ABCD, Santo André está em uma situação parecida: há grande oferta de terrenos no centro e uma legislação municipal que visa a levar mais empreendimentos de perfil mais econômico para a região central da cidade.

Em Santo André, há potencial também de desenvolvimento de bairros mais valorizados, com Jardim e Campestre, segundo Cristiane Crisci, 39, gerente de inteligência de mercado do Grupo ZAP VivaReal.

Na vizinha São Bernardo do Campo, por outro lado, o movimento deve seguir a direção contrária.

A legislação municipal busca promover o desenvolvimento das periferias, permitindo maiores empreendimentos imobiliários nessas regiões da cidade.

Para isso, diz Crisci, é preciso antes trazer melhor infraestrutura. "O problema é que essas regiões não têm transporte de qualidade, escolas, bons comércios, então as construtoras ainda não querem ir para lá", afirma.

Ainda assim, existem áreas na cidade que unem legislação favorável e infraestrutura sólida. Entre elas, o urbanista Mauricio cita a Vila Assunção, Campestre, Vila Alpina, Tamanduateí, Santa Terezinha, Parque das Nações e Parque Oratório.

São Caetano do Sul representa um caso único. Depois de São Paulo, cujo preço do metro quadrado mediano está em R$ 8.624, é a cidade mais valorizada, com o preço do metro quadrado a R$ 6.929.

A cidade atrai um perfil de morador com poder aquisitivo mais alto, que valoriza a qualidade de vida da cidade, com saúde e ensino públicos com qualidade acima da média brasileira.

"Nas demais cidades há um predomínio de lançamentos de apartamentos com dois dormitórios, enquanto em São Caetano os lançamentos de três dormitórios também são representativos", afirma a analista Crisci.

Nos últimos cinco anos, 39% dos apartamentos lançados na cidade tinham três dormitórios, indica levantamento do Grupo ZAP VivaReal. Já em Santo André, a cidade com mais lançamentos na região, esse índice foi de 25%.

A cidade também é, no entanto, a que tem o menor potencial de crescimento. Isso porque é um dos menores municípios do Estado, com apenas 15 km² de área. "A limitação geográfica se torna uma barreira natural. A disputa pelos terrenos fica muito mais acirrada", diz o urbanista.

Folhapress/Folhapress
Folhapress/Folhapress

Na fábrica
A chegada de diversas indústrias, como a da General Motors, inaugurada em 1930, transformou a avenida Goiás no centro financeiro de São Caetano do Sul e atraiu empreendimentos para a região

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apartamentos foram lançados nas quatro cidades do ABCD entre 2013 e 2017, segundo o Grupo ZAP VivaReal

No comércio
A partir dos anos 1990, as grandes fábricas de Santo André deram lugar aos setores de comércio e serviços, como shoppings e supermercados, que ampliaram a infraestrutura da cidade e atraíram prédios residenciais

Na estrada
A inauguração da Rodovia Anchieta, em 1947, foi o grande marco do desenvolvimento de São Bernardo. A facilidade de escoamento atraiu diversas fábricas de veículos e autopeças, o que levou a cidade a se transformar em um dos principais polos industriais brasileiros entre as décadas de 1950 e 1970

Na sombra
Mais distante que as vizinhas do ABCD, Diadema recebeu, principalmente, pequenas e médias empresas nacionais que produziam peças e máquinas complementares para as multinacionais instaladas na região

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