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interior e litoral

Nova Odessa conserva acervo de plantas raras em jardim botânico

Divulgação
SAO PAULO, SP, BRASIL, 28.01.18 1h O que vai bombar no Carnaval 2018 nas ruas. Denny Azevedo, 34, e Ricardo Don, 31, artistas, no Academicos do Baixo Augusta. (Foto: Marcus Leoni / Folhapress, COTIDIANO)
Lago no jardim botânico Plantarum, em Nova Odessa (SP)

A cidade de Nova Odessa (124 km de São Paulo) abriga o maior jardim botânico da América Latina em número de espécies.

O espaço, conhecido como Plantarum, reúne 4.080 variedades vegetais, das quais 165 correm risco de extinção.

Entre as raridades, estão o butia leptospatha, uma pequena palmeira considerada extinta na natureza, e um clone do pinheiro amazônico, descoberto há 50 anos.

O acervo está instalado em um terreno de nove hectares onde antes funcionava uma fábrica de lançadeiras.

Em 1998, o espaço foi comprado pelo Instituto Plantarum, uma editora especializada em publicações sobre a flora brasileira. Somente em 2011 o jardim botânico passou a ser aberto à visitação.

Segundo o seu idealizador, o botânico Harri Lorenzi, 69, o local foi concebido como um espaço de aprendizagem e contemplação, que exibe plantas identificadas em suas expedições científicas.

Desde os anos 1970, Lorenzi percorre o continente para coletar e catalogar espé-cies da vegetação nativa, que representam 95% do acervo do jardim botânico.

Suas descobertas foram registradas em uma bibliografia de 20 títulos, todas sobre a identificação de plantas típicas brasileiras. Os livros foram publicados pelo Instituto Plantarum, o dono do espaço.

O instituto arca ainda com parte da manutenção do jardim botânico. Segundo Lorenzi, a visitação e a locação para eventos não são suficientes para bancar os custos da operação e dos sete funcionários, que chega a R$ 70 mil por mês.

"Dediquei a vida toda a isso, é o que eu gosto de fazer. Se o jardim fosse autossustentável, seria mais legal", lamenta Lorenzi, que diz não saber quem dará continuidade a seu trabalho no jardim botânico no futuro.

Em 2017, cerca de 16 mil pessoas visitaram o Plantarum. De acordo com o botânico, seria necessário praticamente dobrar esse número para que a operação se tornasse viável financeiramente.

Para ele, parte do problema é a localização do jardim, em uma região não turística.

Um dos maiores desafios na implantação do projeto, diz o botânico, foi organizar o acervo. "Quando você faz um jardim numa residência, é fácil organizar, mas quando tem esse espaço imenso, é muito difícil. Até hoje eu reorganizo. O jardim é uma obra de arte dinâmica."

O espaço possui jardins temáticos, bosques e lagos, além de coleções como as de plantas medicinais e alimentícias não convencionais.

A operação é ecologicamente responsável: a irrigação é feita a partir do armazenamento de até 14 milhões de litros de água da chuva, o lixo é tratado e reaproveitado e os resíduos viram compostagem.

Além do acervo, o Plantarum possui uma programação com atividades de educação ambiental e cursos de paisagismo, árvores nativas, e palmeiras.

Para Lorenzi, o contato com a natureza tem valor inestimável e contribui para o bem-estar. "O jardim é algo que eu quero deixar para as futuras gerações."

Jardim Botânico Plantarum
Av. Brasil, 2000, Nova Odessa. Quarta a domingo, das 9h às 17h. Ingresso custa R$ 30 e menores de 5 anos não pagam

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