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Tendências natural e industrial persistem no design de interiores

O uso de materiais sustentáveis e o estilo industrial são as duas principais tendências apontadas para o design de interiores, de acordo com consultorias especializadas. São caminhos que já estão sendo trilhados por arquitetos e designers e que devem permanecer em evidência nos próximos anos.

A busca das marcas por matérias-primas que agridam o mínimo possível a natureza é impulsionada sobretudo pelos hábitos de consumo da geração do milênio (nascidos entre 1982 e 1998) –importante fatia do mercado consumidor.

"Eles não olham só para o produto, mas para o que vai ser feito com ele após o uso. E estão dispostos a pagar mais caro por opções sustentáveis", afirma a especialista em tendências Luiza Loyola, da consultoria WGSN. Ela dará uma palestra na ABCasa Fair, feira de decoração e presentes que acontece entre os dias 17 e 21 deste mês, em São Paulo.

Os materiais utilizados devem ainda ter um aspecto mais natural e artesanal, que reforçam essa conexão com o ambiente, como a madeira, o bambu, a cortiça e a palha.

"Não se trata de algo hippie. O movimento anda de mãos dadas com o conceito minimalista, segundo o qual menos é mais", afirma a especialista em marketing.

"É uma casa urbana, totalmente simples, com uma aura efêmera e bem tátil, com cerâmica e artesanato", diz a designer Sueli Garcia, sócia da consultoria de tendências P.O. Box, que também aposta na ausência de materiais sintéticos e na abundância de plantas em todos os cômodos.

O que também continua com força na decoração é o estilo industrial, que valoriza o processo de fabricação dos objetos, fios e ferragens aparentes, mas tudo com uma apresentação sofisticada, de acordo com Loyola.

Os metais em cores quentes são os mais valorizados, caso do cobre e do latão, com uma aparência que parece desgastada pelo tempo.

Para contrastar com os tons sóbrios do estilo industrial, principalmente do cimento queimado, entram em cena as cores primárias (vermelho, amarelo e azul) em detalhes, como luminárias e quadros.

A madeira é bastante empregada para dar rusticidade, sobretudo se o material tiver o aspecto de que foi recuperado de outras construções ou até mesmo de fábricas –por exemplo, os pallets, que são usados originalmente para o transporte de cargas.

Uma vertente dessa tendência, segundo Loyola, é o industrial vintage, que adiciona a essa estética móveis garimpados em antiquários acompanhados de tapetes, que conferem mais texturas e aconchego à casa.

Já Sueli Garcia, que também é professora do Centro Universitário Belas Artes, aponta um caminho diferente para o estilo. "É um novo industrial, porque vem com o artesanal junto", diz.

Há uma mistura de metal, pedra, vidro, cobre e resinas. "Alia a brutalidade do que não é esculpido com grande precisão às superfícies acabadas industrialmente. É um espaço bem sólido, escuro e intimista", afirma.

Além dessas duas tendências principais, Loyola, da WGSN, destaca outras que devem influenciar cada vez mais a criação de produtos.

A primeira é uma inspiração mística, ligada à espiritualidade, ao bem-estar e ao cosmos. São, por exemplo, estampas com desenhos de cartas de tarô, leitura de mão, signos e fases da lua.

A segunda explora o sentimento nostálgico, principalmente da geração do milênio, ao buscar referências em outras épocas, em especial na década de 1990, quando essas pessoas eram crianças ou adolescentes.

São produtos inspirados em personagens que fizeram –e ainda fazem– sucesso, como Mario Bros e os Simpsons, e tecnologias anteriores à era digital, como as máquinas fotográficas analógicas, o VHS e a fita cassete.

A terceira tendência pega carona na onda "faça você mesmo" e valoriza os objetos com cara de que foram criados à mão. "São peças esculturais, exclusivas", diz a consultora. Nelas, há rabiscos, figuras geométricas e respingos de tinta para reforçar essa estética.

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