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Móveis criados por dupla levam floresta para dentro de casa

O lugar preferido do designer Paulo Alves, 52, para descansar é a floresta. Em sua infância, o paisagista André Paoliello, 54, ouvia dos amigos que ele sabia os nomes de todas as árvores.

Os dois se juntaram para bolar uma série de sete peças por ocasião do Design Weekend, festival que ocorre em São Paulo de 29 de agosto a 2 de setembro. E deu no que deu.

O desenho das principais criações prevê espaço para plantas, uma maneira de "trazer um pouco da floresta para casa", afirma Paulo. Além disso, verde nos interiores é tendência no mundo inteiro.

Divulgação
Mesa de centro criadas em parceria por André Paoliello e Paulo Alves
Mesa de centro criadas em parceria por André Paoliello e Paulo Alves

A escolha da espécie aninhada na mesa de centro, feita de cumaru, foi uma "questão de volumetria, tinha que ser uma coisa maior", conta André. Ganhou o filodendro.

E se Paulo desenha peças para tempos em que as pessoas vivem em espaços menores e, portanto, tendem a acumular menos objetos –idealmente móveis duráveis que "encantam mais, tocam pelo afetivo"–, André tem ciência de que as plantas perdem nesse quesito.

"Esse é um dos baratos do projeto, com o tempo também é preciso trocar as plantas", o que inclui utilizar outras variedades ou nenhuma, já que os vasos podem ser removidos.

Nesta leva de desenhos, uma das maneiras de garantir a resistência almejada pelo designer surgiu justamente do campo oposto, a destruição.

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Estante criada em parceira por André Paoliello e Paulo Alves
Estante criada em parceira por André Paoliello e Paulo Alves

Em fevereiro, um incêndio atingiu a marcenaria de Paulo. "É preciso tirar boas lições disso", diz. E ele buscou uma técnica japonesa que, por meio da carbonização, torna a madeira mais resistente. Esteticamente, o resultado também agradou. "Achei bonito o resultado do preto, do carvão."

A estante da coleção, batizada de Tropicália, foi uma das escolhidas para receber o tratamento (o móvel também ganhará outros tipos de acabamento, em madeira natural).

"Essas parcerias acabam me jogando numa onda de tentar outros ventos", conta Paulo.

Além da mesa de centro e da estante, compõem o conjunto uma cadeira dobrável, uma prateleira, um banco, uma casa de passarinhos e um conjunto de vasos. Tudo ficará exposto durante o evento no estúdio do designer, na Vila Madalena. A região também receberá outras atividades.

"Quando exibo as peças, quero mostrar uma ideia. Sinto a reação das pessoas, há essa troca. Depois, móveis e conceitos são lapidados", diz. Assim, não se trata ainda de uma "coleção pronta para a indústria". Ele vê, porém, potencial para que a maior parte das peças vire produtos comerciais.

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