Em 27 de agosto, o Centro Universitário Belas Artes inaugura sua materioteca, com mais de 5.000 materiais catalogados, entre rochas, tecidos, madeiras, cerâmicas, ligas metálicas e polímeros.
Ao mesmo tempo físico e digital, o acervo reúne informações que vão além da simples descrição dos itens.
"O que buscamos é aprimorar o processo decisório dos designers em relação a quais materiais vão usar em seus projetos", diz Fernando Laterza, coordenador do núcleo de design da instituição.
Antes de escolher a matéria-prima, o profissional pode recorrer à materioteca para sentir seu cheiro e textura. Por uma plataforma online, também consegue consultar não só suas características físico-químicas, mas em que contexto os materiais foram extraídos ou produzidos.
Jorge Akimoto/Divulgação | ||
Biblioteca de materiais da Belas Artes, em São Paulo |
"Hoje, é inaceitável que um designer faça uma cadeira de madeira sem saber qual impacto socioambiental que causou", afirma Laterza.
Em cada ficha, constam ainda informações se o item pode ser reciclado ou não e se tem um viés cultural importante. "Uma palha trançada com um nó típico de uma comunidade não é só uma palha. Ela tem uma tradição, uma ancestralidade, e isso tem que ser levado em consideração."
A equipe do professor Laterza e da pesquisadora Bruna Petreca demorou cerca de um ano para reunir os dados em diferentes fontes e tirar o projeto do papel. O resultado também é fruto de uma parceria com o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).
A materioteca está aberta à visitação até o dia 31 de agosto, durante as atividades do Design Wekeend. Depois disso, o acesso, num primeiro momento, ficará restrito a alunos e professores, mas Laterza afirma que a ideia é que o espaço seja aberto à consulta pública, assim como já é a biblioteca da instituição.
A programação do Centro Universitário Belas Artes durante o evento conta com palestras gratuitas sobre o tema dos materiais. Os destaques são as participações de Jane Harris, diretora do London College of Fashion, e da designer de moda Flora McLean, também de Londres. Informações em belasartes.br.