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Procura por imóvel cresce, mas preço continua estável

O plano de comprar um imóvel ficou mais real, mostram estudos do setor. Taxas de financiamento mais baixas e variedade de ofertas a preços estáveis fazem deste um momento oportuno para quem quer fechar negócio.

As vendas no país subiram 32,1% de abril a junho, comparadas ao mesmo período de 2017, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Na região metropolitana de São Paulo, o maior mercado imobiliário do Brasil, o incremento foi de 64,5% entre os meses de junho de 2017 e de 2018.

Aumentou também o número de novos projetos anunciados pelas construtoras: 19,9% no segundo trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior.

O aumento na procura, no entanto, ainda não teve impacto sobre os preços dos imóveis, que continuam similares aos de quatro anos atrás.

Diego Padgurschi/Folhapress
Placas de vende-se em poste na rua Paraguacu em Perdizes
Placas de vende-se em poste na rua Paraguacu em Perdizes

"Os preços estão atraentes para compra por conta da vontade reprimida do consumo, aliada à estagnação dos preços durante o período de crise", analisa Luiz Antonio França, presidente da Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).

A expectativa do setor é que as vendas ganhem mais fôlego no próximo ano, com a entrada em vigor das medidas anunciadas pelo governo para fomentar o financiamento imobiliário, como a elevação do teto do valor do imóvel financiado pelo FGTS de R$ 950 mil para R$ 1,5 milhão.

"A consequência desse aumento de vendas, para os consumidores que adiarem a compra ou a troca de imóvel, será um mercado mais pressionado. Os preços dos imóveis deve subir em um ou dois anos", diz Flávio Prando, vice-presidente de Intermediação Imobiliária do Secovi-SP.

A construtora Eztec é uma das que se preparam para a alta das vendas. Neste semestre, ela lançará seis projetos na capital paulista. Na primeira metade do ano, a empresa anunciou um único empreendimento na cidade.

"Estamos na mesma situação da crise de 2008. Depois de um tempo, as coisas se resolveram, e as pessoas se animaram a consumir de novo, o que fez com que os preços subissem", afirma Emilio Fugazza, diretor financeiro da Eztec.

Outro fator que pode contribuir para o encarecimento dos imóveis, especialmente em São Paulo, é a escassez de opções em bairros de classe média e média alta.

"A oferta de imóveis em bairros consolidados, perto de metrô e de alto padrão, é cada vez menor e mais rara. São oportunidades que talvez não existam mais num futuro próximo", diz Lucas Araujo, gerente de marketing da Trisul.

A construtora planeja lançar de 8 a 10 empreendimentos no ano, 70% deles classificados como de médio e alto padrão e localizados na cidade de São Paulo.

Os outros 30% são de perfil econômico, dentro do programa Minha Casa Minha Vida.

Além de encarar o momento atual como uma chance de vender mais, as empresas do mercado aproveitam também para adequar os seus produtos às novas necessidades do público consumidor.

Se no passado recente a vaga de garagem era um diferencial na hora de vender um imóvel, hoje a tendência é a busca por imóveis de fácil acesso ao transporte público -para quem não tem carro ou não usa o veículo frequentemente.

Opções de lazer e serviços dentro do empreendimento e valor de condomínio baixo são outros destaques.

"Pela primeira vez, teremos um lançamento sem vaga de garagem e com imóveis de tamanhos diversos, entre 22 e 90 metros quadrados, dentro do mesmo edifício", conta Thiago Setin, sócio-diretor da incorporadora S.Quatro. O empreendimento, localizado no centro de São Paulo, tem previsão de lançamento para o primeiro trimestre de 2019.

Na mesma época, a construtora deve lançar um prédio na Vila Prudente, na zona leste, com apartamentos de dois e três dormitórios.

Os novos edifícios da incorporadora vão oferecer a possibilidade de portaria virtual, o que pode reduzir em cerca de 30% o valor do condomínio.

"Deixaremos isso como uma opção para os compradores decidirem em assembleia, mas é mais simples implantar essa alternativa no projeto ainda em construção, como fizemos", afirma Setin.

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