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compactos e compartilhados

Aluguel vira entrada de apartamento em novo modelo de venda

O valor pago no aluguel de um imóvel pode ser convertido em investimento na incorporadora MPD, que atua na Grande São Paulo, no litoral e no interior do estado.

Nesse modelo de venda, disponível para todos os empreendimentos prontos da empresa, os contratos de locação são usados como entrada no pagamento de apartamentos e salas comerciais.

"Mesmo que a pessoa pegue um financiamento bancário, o montante não passa de 75% do total. O programa 'Invista seu Aluguel' é uma forma de parcelar os 25% da entrada", explica a diretora de incorporação da MPD, Débora Bertini.

O cliente faz um contrato de locação de 30 meses, com opção de compra da unidade pelo preço preestabelecido no momento da assinatura do documento. Ao final do período, ele pode escolher entre desistir do negócio ou financiar o restante do valor.

De acordo com a MPD, mais de 400 unidades, entre residenciais e comerciais, já foram vendidas nesse formato. Há desde estúdios e salas de R$ 400 mil até apartamentos de R$ 1,5 milhão.

O aluguel das unidades residenciais vai de R$ 2.000 a R$ 10 mil por mês -em torno de 0,8% do valor do imóvel. Em contratos tradicionais, a mensalidade equivale a cerca de 0,4% do valor total.

Como em outros aluguéis, a mensalidade é corrigida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). Nos últimos 12 meses até outubro, a taxa acumulada foi de 10,79%.

Segundo Bertini, 80% dos moradores acabam comprando o imóvel. "O valor mensal constante, sem grandes parcelas anuais, ajuda a diminuir a taxa de distrato (rescisão do contrato), que é grande no modelo tradicional", diz.

O professor de educação física Cristiano Teixeira da Cruz, 31, usou o aluguel para dar entrada em um apartamento de dois dormitórios no residencial Resort Bethaville, em Barueri, na Grande São Paulo.

Ele cogitou pegar um empréstimo no banco para pagar a entrada, mas desistiu. "O juro era alto. Ia pagar quase o dobro do valor e depois ainda teria o financiamento", diz.

Para Emerson Weslei Dias, educador financeiro e diretor da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), usar o aluguel como entrada só faz sentido para quem quer comprar o imóvel. Isso porque, se a pessoa desistir do negócio, terá pago mensalidades mais altas do que em um contrato de locação tradicional.

De acordo com Dias, pagar a entrada em forma de aluguel sai mais barato do que pegar dinheiro emprestado no banco. A opção também compensa para quem não consegue poupar dinheiro.

"Com esse compromisso mensal, a pessoa tem mais chance de fechar a compra do apartamento do que se tentar guardar o valor da entrada para dar tudo de uma vez", diz.

O educador financeiro lembra que o valor mensal pago pelo imóvel deve comprometer, no máximo, um terço do orçamento líquido da família.

CONSTRUTORA LANÇA EDIFÍCIO VOLTADO APENAS PARA LOCAÇÃO

A Vitacon inaugurou em outubro um prédio sem imóveis à venda: o VN Bela Cintra, nos Jardins, região oeste de São Paulo.

Todos os 92 apartamentos do edifício, com plantas que vão de 25 metros quadrados a 121 metros quadrados, estão disponíveis para aluguel.

A incorporadora se responsabiliza pela gestão patrimonial, prestação de serviços e locação dos imóveis.

A diária para um casal custa cerca de R$ 300 em sites como Booking e Airbnb. O pacote mensal fica em torno de R$ 4.500, incluindo aluguel, condomínio, internet, TV a cabo e IPTU, além do uso de serviços e ambientes compartilhados, como espaço de coworking e bicicletas.

O modelo difere dos flats, de acordo com Alexandre Lafer Frankel, fundador e presidente da Vitacon, porque tem um custo operacional idêntico ao de um condomínio -os flats usavam o sistema de hospedagem, que costumava aumentar o custo.

"A proposta das áreas comuns e serviços é mais inteligente, usando o compartilhamento, afirma Frankel.

Para ele, o imóvel está deixando de ser encarado como um bem e tem ganhado status de serviço.

"É o futuro. Parte das pessoas já não quer mais comprar um imóvel, porque preferem a mobilidade a posse. O mercado imobiliário tende a migrar para esse formato", diz.

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