Publicidade
Endeavor

O que o fim de Brangelina pode ensinar para seu negócio

As últimas semanas têm sido marcadas por separações. Mexendo com o coração de muita gente, Fátima Bernardes e William Bonner anunciaram o fim do seu casamento de mais de 26 anos. Na semana passada, Angelina Jolie pediu o divórcio de Brad Pitt. Se você já está se perguntando qual a relação dessas duas notícias com o seu negócio, a resposta é simples: os casamentos da "vida real" são as sociedades do mundo do empreendedorismo.

Assim como em qualquer relacionamento, os sócios também "se apaixonam": a diferença é que, nesse contexto, estamos falando da paixão comum por ideias e/ou causas. Uma boa sociedade se baseia nos mesmos pilares que qualquer relacionamento: transparência, cooperação e respeito. Também entram nessa conta a relação com o poder, dinheiro e, principalmente, a confiança. Quando um desses pontos é quebrado, as brigas começam.

Divulgação/ Universal Pictures
Angelina Jolie e Brad Pitt juntos em cena do longa "À beira mar"
Angelina Jolie e Brad Pitt juntos em cena do longa "À beira mar"

Se essa é a realidade da sua empresa, é preciso parar, respirar fundo, e analisar o cenário com calma. Alguns comportamentos indicam que a relação já está muito desgastada para que os sócios continuem, mas, em outros casos, algumas práticas podem salvar o casamento.

De acordo com Diego Faleck, da Faleck & Associados e professor de negociação e mediação na FGV-SP (Fundação Getulio Vargas - São Paulo), os primeiros sinais de que a relação não está indo pelo caminho certo são o desalinhamento de perspectivas e contribuições. É aquela sensação de sempre achar que um está trabalhando ou se dedicando mais do que o outro.

Depois, a paciência de um sócio com o outro fica cada vez menor, chegando ao ponto que um evita contato com o outro. À medida que esses desentendimentos aumentam, a comunicação fica mais ríspida. Quanto mais esse sentimento cresce dentro das pessoas, mais sufocante ele é.

Para salvar essa relação, é necessária uma grandeza pessoal. Nessas horas, o empreendedor não pode acionar o piloto automático, é preciso fazer um exercício de se ver de fora, repensar comportamentos e trabalhar a empatia. Isso já pode quebrar grandes barreiras na relação.

Depois disso, é hora de diagnosticar a raiz - e não efeito - do problema. Se você e seu sócio não estão concordando em algum projeto, por exemplo, não se concentre nisso, mas sim nos pontos que estão causando as brigas. De acordo com Faleck, é fundamental estabelecer uma comunicação sobre interesses, visões e perspectivas de futuro.

E aqui vale um alerta: nada de querer apontar dedos um para o outro, todos têm participação na causa que levou ao problema e existe um abismo enorme entre a intenção e o impacto Para evitar que uma divergência se torne uma briga, a dica é expor sua vida pessoal para o seu sócio. Momentos de vida diferentes devem ser discutidos, e isso vai fazer com que o outro entenda o que o motiva e influencia, criando empatia. Pode não parecer, mas isso faz muito diferença.

No mundo ideal, esses papos são feitos frequentemente, garantindo uma sinergia entre os sócios. Se a relação for conduzida da maneira certa desde o começo, os riscos de uma separação já caem drasticamente. O desafio aqui está no costume de não discutir o "pré-nupcial" antes da lua de mel. Em outras palavras, normalmente discute-se muito o negócio em si, mas não a relação, nem antes e nem durante a formação da sociedade, e isso é um grande erro.

Renato Berhoeft, fundador e presidente da Höft Consultoria e autor do livro "Manual de Sobrevivência para Sócios e Herdeiros", conta que essas conversas, em alguns casos, podem até mesmo para invalidar uma sociedade, porque evidenciam que os sócios estavam à procura de experiências e resultados diferentes.

Aqui é importante destacar que uma separação não é necessariamente ruim, ela pode ser um passo necessário para o negócio e todos os envolvidos. É por isso que batemos tanto na tecla da construção de um bom acordo societário, esse documento pode te poupar de grandes dores de cabeça no futuro e deve ser sempre tratado com naturalidade pelos empreendedores.

E, claro, a separação também não é a única opção. Na verdade, em meio a tantos pensamentos e conflitos, os empreendedores tendem a não enxergar os caminhos possíveis antes de decidir o que fazer.

As opções variam bastante, como: contratação de um mediador, contratação de outro gestor, um terceiro sócio, um sócio comprar parte do outro, buscar outro investidor e por aí vai.

Agora, essas possibilidades são reais apenas quando os sócios ainda têm o mínimo de vontade de fazer a relação voltar a funcionar. Para saber se está realmente na hora de pedir o divórcio, alguns pontos devem ser levados em consideração, o principal deles é a quebra de confiança.

Uma vez que essa linha é cruzada não tem jeito, mais cedo ou mais tarde o casamento vai chegar ao fim. Outra variável muito importante é o modelo de sociedade e as expectativas que os sócios têm em relação a ele.

Depois de um determinado tempo, a percepção que originou o negócio vai mudar. E não só isso, as premissas, o mercado, o produto e até mesmo as contribuições individuais também sofrem mudanças. As circunstâncias mudam os papéis e você precisa estar atento a esses sinais.

Seja qual for a decisão, é sempre importante lembrar que, por muito tempo, os sócios agregaram muito valor um ao outro e também ao negócio e a separação não deve mudar isso. Quando uma separação é bem conduzida ela termina com bons amigos e boas histórias para contar.

Leia essa reportagem no site da Endeavor

Publicidade
Publicidade
Publicidade