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Quem dirige o carro antes de comprar se arrepende menos, diz estudo

A escolha do carro ideal passa hoje por extensas pesquisas na internet, relegando as concessionárias e a experiência dentro do veículo a um segundo plano.

De acordo com estudo realizado pela empresa de consultoria J.D. Power, 70% dos compradores de automóveis pertencentes à chamada geração Z (nascidos a partir de 1995) usam a internet na hora de escolher seus veículos.

"A apresentação virtual acaba deixando os carros mais atraentes, e apenas 23% das lojas utilizam tecnologia na hora de mostrar o veículo", diz Fabio Braga, diretor de operações da J.D. Power no Brasil.
Para ele, contudo, o test drive continua sendo o maior aliado das autorizadas na hora de vender.

"Ter um bom estoque para testes é fundamental, as concessionárias não podem reduzir demais a oferta de modelos à disposição do cliente", afirma Braga.

Segundo a pesquisa da J.D. Power, 68% dos proprietários no Brasil realizaram o teste antes de comprar seus veículos. Nesse grupo, o índice geral de satisfação é consideravelmente maior do que entre aqueles que não dirigiram antes de fechar negócio.

"Você não compraria uma roupa sem experimentar, certo? A dirigibilidade é uma coisa muito pessoal, se você não se adaptar ao carro, vai acabar revendendo ele em pouco tempo", afirma Luiz Augusto Franco da Rocha, proprietário da oficina mecânica Carbofreio.

Fabio Braga/Folhapress
O estudante Igor Loureiro, 21, com seu Jeep Renegade
O estudante Igor Loureiro, 21, com seu Jeep Renegade

Rocha lembra que é preciso ver se o carro é adequado ao motorista. "A pessoa alta pode não se sentir à vontade em um carro em que o banco não recua muito", diz.

Rodrigo Acocella, gerente de uma revenda da Fiat em São Paulo, diz que nem todos os clientes pedem para dirigir o carro antes da compra.

"Temos veículos de teste disponíveis para todos os modelos aqui na loja, mas muitos clientes acabam dispensando a avaliação, que é mais demandada para modelos recém-lançados".

MANUAL OU AUTOMÁTICO

Há casos em que o test drive é indispensável. O estudante Igor Loureiro, 21, procurava um carro novo para substituir seu Peugeot 208, mas tinha receio de adquirir um veículo de câmbio automático. "Nunca tinha dirigido um, achava que ia ficar dando trancos", conta.

A experiência com um Jeep Renegade mudou sua opinião. "Não senti tranco nenhum, e a questão da altura e da visibilidade também pesaram na escolha". Depois de dirigir o carro disponível para avaliação, o estudante se convenceu e comprou o SUV.

SEGUNDA MÃO

Quando o carro é usado, o cuidado aumenta. "Nesses casos, é importante que o motorista vá acompanhado de um especialista. Dificilmente um leigo identifica um barulho no motor, por exemplo, até porque hoje o isolamento dos ruídos é muito bem feito", diz Rocha.

O bancário Lucas Soares, 21, que o diga. Dono de um Ford New Fiesta 2013, chegou a realizar o teste do veículo em uma concessionária. "Já tinha escolhido o carro antes de dirigi-lo, mas andando com o exemplar da loja fiquei um pouco encucado", conta.

Soares procurava um modelo usado e mais completo, mas não se convenceu com o carro testado na concessionária. "Tinha arranhões na porta e a tampa do porta-malas estava quebrada. A bateria não tinha carga, o que mostrava que ele estava parado havia algum tempo".

Os detalhes não fizeram Lucas desistir do modelo. Ele optou por comprar o carro de um vendedor particular. "Foi difícil achar, tive que ir até Mogi das Cruzes para fechar a compra", diz. "Mas quando se encontra o carro certo, não tem jeito, tem que ser ele."

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