A cada dois anos, o Salão de Hannover, na Alemanha, apresenta tendências no segmento de caminhões e ônibus. Em 2016, as grandes estrelas são os protótipos elétricos ou movidos a combustíveis alternativos, previstos para chegar aos mercados europeu e americano em 2018.
"Uma nova geração de baterias aumentou em 150% a autonomia de veículos pesados elétricos na comparação com modelos produzidos 20 anos atrás, enquanto o custo caiu praticamente pela metade", diz Sven Ennerst, chefe de Engenharia da divisão de caminhões da Daimler.
"A chegada de ônibus, vans e caminhões elétricos causará uma revolução no transporte de mercadorias nas cidades. Em vez de veículos barulhentos e poluentes, essa distribuição será feita por modelos silenciosos e não poluentes, assim como os ônibus que transportarão pessoas", afirma o executivo.
No pavilhão 14, onde as marcas do grupo Daimler exibem suas novidades, um dos destaques é o Future Bus, alimentado por eletricidade.
No espaço da italiana Iveco, o conceito Z-Truck tem motor com 460 cv de potência movido a gás natural liquefeito. De acordo com a fabricante, é possível percorrer 2.200 quilômetros sem precisar reabastecer. Por meio de um sistema que reaproveita a energia, o veículo consegue rodar sem emitir poluentes, como um carro híbrido.
Há também um modo de condução autônoma, voltado para a segurança na estrada. Segundo a Iveco, o futuro dos motoristas no transporte de carga está na operação logística ao longo da viagem, o que poderá reduzir os acidentes por falha humana.
No Brasil, a chegada dos caminhões elétricos depende de investimentos em infraestrutura. Há poucos postos de recarga para carros de passeio nas rodovias e nenhum para veículos pesados.
"Se houver demanda em nosso mercado, as montadoras instaladas no país têm acesso instantâneo à tecnologia e poderão produzir esse tipo de veículo em suas fábricas brasileiras, mas achamos que modelos pesados movidos a biodiesel e gás natural serão uma aposta com mais chances de prosperar por aqui", diz Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus.
FEITOS NO BRASIL
Para mostrar o porquê de acreditar em combustíveis alternativos ao diesel -e tentar atrair clientes estrangeiros-, a VW do Brasil expõe três modelos na Alemanha. Há um caminhão e um ônibus movidos a gás natural veicular e outro veículo de carga abastecido com biodiesel.
O objetivo da empresa é mostrar alternativas com baixas emissões de gases poluentes para países na África, na América Latina e no Oriente Médio.
Os veículos pesados feitos no Brasil dividem espaço com supermáquinas como o Volvo Iron Knight (cavaleiro de ferro), um modelo com potência de 2.430 cv feito para quebrar recordes de velocidade. O primeiro foi batido em junho: o brutamontes chegou aos 276 km/h em uma pista fechada, na Suécia.
Concentrada em negócios, a edição 2016 do Salão de Hannover será encerrada na quinta-feira (29).