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Salão de Paris refina ideias sobre veículos elétricos e autônomos

Quem espera ver em Paris algum modelo revolucionário poderá se decepcionar. Embora os carros-conceito continuem como principais atrações, as tecnologias apresentadas são a consolidação -ou evolução- dos temas que dominam o setor desde o início da década.

O assunto preferido é sobre o quanto os protótipos movidos a eletricidade conseguem rodar sem necessidade de recarga.

"Em um teste realizado entre Londres e Paris, o Opel Ampera-e mostrou que tem autonomia para rodar 400 quilômetros em modo elétrico, com folga", afirma Karl-Thomas Neumann, presidente da Opel, braço europeu da General Motors.

A autonomia dos elétricos que estão no mercado hoje atinge no máximo a 200 km.

O carro é a versão alemã do Chevrolet, que foi lançado no mercado norte-americano com o nome de Bolt. Tem 4,1 metros de comprimento e bom espaço interno: quatro adultos viajam sem aperto. O motor oferece o equivalente a 204 cv de potência.

A Mercedes foi mais longe em seu discurso ambiental ao apresentar um novo plano de negócios baseado em carros não poluentes, autônomos e de uso compartilhado.

O ponto de partida é a apresentação do utilitário EQ, conceito elétrico que se tornará realidade em meados de 2020. "Escolhemos um SUV para estrear esta nova família pela crescente popularidade que esse tipo de carroceria vem conquistando entre os consumidores. Também queremos explorar outros segmentos", afirma Dieter Zetsche, o presidente do grupo Daimler.

Segundo o executivo, a família EQ (sigla para "inteligência elétrica") deverá ter outros nove integrantes.

Os planos se fundem com os da Aliança Renault Nissan. As montadoras são parceiras no desenvolvimento de diversos produtos, o que é mais uma tendência dos tempos modernos, com muitas fusões no setor automotivo.

"Ao compartilhar custos de desenvolvimento e produção, conseguimos introduzir novos segmentos e oferecer veículos a preços mais competitivos", afirma Carlos Ghosn, presidente da Aliança Renault Nissan.

A Volkswagen tem planos grandiosos para seus carros "verdes". A empresa precisa provar que a fraude no controle de emissões em seus carros a diesel ficou no passado, e nada melhor para isso do que lançar automóveis que não expelem fumaça.

O futuro é representado pelo I.D., produto derivado de uma nova plataforma, exclusiva para carros elétricos. Por enquanto é só um protótipo, mas o objetivo é levá-lo às ruas junto com outras versões nos próximos anos.

De acordo com representantes da marca, a autonomia desses novos produtos chegará a 600 quilômetros.

FARÓIS ESTREITOS

Entre todos os carros-conceito, o mais chamativo é o Renault Trezor.

Feito de fibra de carbono e com janelas vermelhas, é a visão do futuro da marca francesa revelada em detalhes como os faróis mais estreitos.

A carroceria é de superesportivo, mas a mecânica, claro, é ecologicamente correta: um motor elétrico derivado de carros da Fórmula E com 350 cv de potência.

Sinal dos tempos: nos anos 1990, a Renault antecipou como seria a Scénic com uma versão conceitual equipada com motor de Fórmula 1. Agora, gasolina e minivans estão démodé.

Enquanto os supercarros movidos a eletricidade não chegam às ruas, veículos com motores a combustão inovam em tecnologia.

Além do desenho menos quadradão, o novo Land Rover Discovery estreia um sistema multimídia que usa a tecnologia 4G. Nos países em que esse sistema está habilitado para automóveis, é possível visualizar imagens do Google Street View no visor do GPS.

O utilitário inglês deve aparecer no Brasil em novembro, no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. Vendas, só em 2017.

Com a colaboração de FERNANDO VALEIKA DE BARROS
O jornalista viajou a convite da Anfavea.

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