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Controles de estabilidade de picape corrigem 'barbeiragens' de motorista

O instrutor insiste: "Mantenha a aceleração para perceber como atua o controle de estabilidade". Difícil é fazer o cérebro entender que a Mitsubishi L200 Sport, uma picape de quase duas toneladas, vai contornar a curva fechada apoiada em traquitanas eletrônicas.

O sistema corta o giro do motor, distribui a atuação dos freios aqui e acolá, segura a carroceria e pronto: o curvão do autódromo Velocità, em Mogi Guaçu (a 164 km de São Paulo) fica para trás.

Um trecho fora-de-estrada vem em seguida. A picape sacoleja, mas permanece controlável. A nova L200 foi pensada para aquela turma que dirigia carros convencionais e agora precisa -por necessidade ou vaidade- de um veículo de grande porte.

A "babá eletrônica" é tão eficiente que minimiza o desempenho comedido. A Mitsubishi ficou atrás de rivais nas provas de desempenho e consumo, o que mostra o limite de seu motor 2.4 turbodiesel (190 cv). A Chevrolet S10 2.8 (200 cv) foi 3,5 segundos mais rápida na aceleração de zero a 100 km/h.

FAMÍLIA COMPLETA

A nova L200 convive com outras quatro picapes da linha -todas com carroceria antiga. A família foi colocada lado a lado em um estacionamento no autódromo, sendo possível perceber a evolução.

O modelo mais atual recebe melhor o motorista, que dirige com pernas mais esticadas. A sensação é de estar em um utilitário de luxo, embora o acabamento mais rústico remeta à força bruta dos carros de trabalho.

A versão avaliada é a completa HPE (R$ 175 mil), que tem bancos com ajuste elétrico e forrados de couro, câmbio automático de cinco marchas, sete airbags e sistema de tração 4X4 com acionamento eletrônico.

Há bom espaço no banco traseiro: passageiros encontram ali um encosto mais inclinado que o habitual no segmento. Longas viagens são vencidas sem cansaço, com pernas bem acomodadas.

Apesar da comodidade, a L200 é um pouco menor que as principais concorrentes. A S10, maior de todas, tem 5,41 metros de comprimento na versão cabine dupla, 13 cm a mais que a picape Mitsubishi.

"Ao reduzir a distância entre eixos, há melhora no comportamento. A curvatura da cabine compensa o espaço interno", diz Fabio Maggion, supervisor de engenharia da Mitsubishi do Brasil.

A L200 é montada em Catalão (GO) e teve 9.943 emplacamentos em 2016, segundo a Fenabrave (federação das distribuidoras de veículos). A líder da categoria é a Toyota Hilux, com 34 mil licenciamentos no ano passado.

Desde outubro de 2016, o controle acionário da Mitsubishi pertence à também japonesa Nissan. Ainda não foi divulgado qual será o plano de sinergia das empresas.

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