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Segunda geração do Tiguan chega em 2018 com mais espaço interno

As chaminés avermelhadas dos anos 1930 permanecem de pé na fábrica da Volkswagen, em Wolfsburg. Não soltam mais fumaça, o que não significa que a produção esteja interrompida –muita coisa mudou desde os tempos em que o Fusca era feito ali. Hoje, a linha de produção é dominada pela segunda geração do SUV de luxo Tiguan.

O novo utilitário é o motivo da viagem até a Alemanha: sua estreia no Brasil está confirmada para o início de 2018.

O primeiro contato com o Tiguan ocorre no complexo construído em frente à fábrica. É de lá a saída para o teste pelas autobahns da região, estradas com trechos sem limite máximo de velocidade.

Ao ser construído sobre a mesma plataforma do Golf atual, o Tiguan cresce e perde peso: são 50 quilos a menos que antes. A carroceria segue sem rococós –algo típico dos carros VW, sempre parecidos uns com os outros.

"Se os olhos são menores que os pés, as rodas precisam ser maiores que os faróis", diz Marco Pavone, líder do time de designers da montadora alemã, ao defender a opção da marca por um estilo menos ousado e, na visão da empresa, mais longevo.

A cabine mantém-se familiar aos que conhecem o SUV, mas é nítido o ganho de espaço. Passageiros viajam esparramados no assento traseiro, que corre sobre trilhos e pode recuar 18 cm, ação que diminui a capacidade do (enorme) porta-malas.

A tela de fundo preto do painel transforma-se em mostradores coloridos logo após o botão de partida ser pressionado. Tudo é virtual, como o visor de um tablet.

Em seu posto, o motorista irá encontrar a coluna de direção que deixa o volante elevado mesmo quando regulado na posição mais baixa. É uma herança incômoda: a VW evitou mexer em características bem aceitas da geração anterior, que sempre figurou entre os carros mais vendidos da Europa.

A lista de novos equipamentos traz sistema multimídia que pode ser comandado por gestos e um seletor que permite mudar o comportamento do sistema de tração nas quatro rodas de acordo com a dificuldade do terreno.

O Tiguan avaliado tem motor 2.0 turbo com 180 cv. Acelera com vigor, embora a combinação de direção leve com suspensão elevada não seja feita para andar rápido. Convém maneirar e lembrar que não se está em um Golf.

A boa vida a bordo é atrapalhada pelo barulho do vento sendo cortado pela carroceria. Espera-se que as versões que chegarão ao Brasil sejam mais silenciosas.

A principal diferença entre o carro avaliado na Alemanha e o que estará à venda por aqui é a configuração dos bancos. Segundo a VW, só a versão Allspace, com sete lugares e maior distância entre eixos, virá para o país. Terá o mesmo motor 2.0 turbo, mas com potência de 220 cv.

A nova geração virá do México, o que garante isenção dos 35% do imposto de importação. A linha atual é feita em Wolfsburg.

A mudança de nacionalidade vai influir no preço, mas o Tiguan deverá custar mais de R$ 140 mil. Hoje, a versão 2.0 é vendida por R$ 152,8 mil. Estará acima da faixa em que transita o Jeep Compass flex (de R$ 102 mil a R$ 127 mil), campeão de vendas entre os SUVs de porte médio.

Ou seja: a Volks ainda não vai atender ao principal desejo de seus revendedores. "O que os concessionários mais pedem é o lançamento de um utilitário compacto", afirma Gustavo Schmidt, vice-presidente de vendas e marketing da VW do Brasil.

O executivo evita falar sobre o futuro, mas é provável que um jipinho urbano de origem alemã esteja entre as novidades da montadora no fim de 2018, no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo.

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