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Carro chinês é ligado via telefone

Eventos automotivos na China são grandiosos e repetitivos: sempre há lançamentos globais -trata-se do maior mercado do mundo- e muitas montadoras locais tentando imitar essas novidades. Mas houve uma exceção importante na edição 2017 do Salão de Xangai, encerrado nesta sexta (28).

A Lynk & Co, empresa criada a partir da fusão entre a chinesa Geely e a sueca Volvo, surge na mostra com pretensões ambiciosas: redefinir a maneira de comprar, usar e compartilhar um automóvel, tendo a conectividade como eixo central.

Clientes poderão adquirir seus carros pela internet e recebê-los em casa. O primeiro modelo disponível será o utilitário esportivo 01, movido a eletricidade.

O veículo não tem chave: tudo é operado por um aplicativo instalado no smartphone do proprietário. Por meio dele é possível compartilhar o automóvel entre um grupo de pessoas em diferentes horários, mediante reserva. Os custos por esse uso são calculados individualmente, de forma automática.

"Teremos garantia vitalícia em cada carro e um tráfego de dados gratuito para reforçar ainda mais nossa determinação de desafiar o modelo de negócios tradicional da indústria automotiva" afirma Alain Visser, vice-presidente sênior da Lynk & Co.

Por trás de tanta tecnologia está a necessidade de fazer o mundo aceitar melhor os carros chineses. A estreia comercial do 01 em seu país de origem está marcada para o fim do ano, mas o modelo deve chegar à Europa e aos Estados Unidos em 2018.

Além do utilitário esportivo, a Lynk & Co já tem pronto o sedã 02, também equipado com motor elétrico.

Enquanto a nova marca olha para o mercado externo, as tradicionais tentam agradar o mercado local, que em 2016 ultrapassou as 28 milhões de unidades comercializadas. No Brasil, foram vendidos 2,1 milhões de carros de passeio e veículos pesados no ano passado.

Exclusivos para o cliente chinês, os sedãs com distância entre eixos alongada foram representados por BMW Série 5 Li e Jaguar XEL. Cadaq um ganhou cerca de 12 cm de comprimento, revertidos em espaço interno.

O mais curioso é ver as ruas de Xangai repletas de sedãs esticados, mas com o suposto proprietário dirigindo o carro, em vez de desfrutar a comodidade do banco traseiro, como nas limusines.

Bem mais diminuto é o Mercedes-Benz Concept A Saloon, futura versão do carro de entrada da marca. É a resposta atrasada aos sedãs Audi A3 e BMW Série 2, este último exclusivo dos chineses.

Outra estreia relevante no salão é o Citroën C5 Aircross, utilitário de médio porte com versões de até 304 cv.

CLONES

O evento também serve para as marcas locais mostrarem o que criaram. Algumas nem sequer têm o nome ocidental -se apresentam apenas em mandarim.

Boa parte ainda se apoia no que o Ocidente está fazendo, sobretudo em design. Na Zotye, é inegável que a "inspiração" para o T700 veio do Porsche Cayenne. já o Landwind X7 é uma cópia do Land Rover Evoque. A marca inglesa até ameaçou processar a chinesa, mas desistiu.

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