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Piloto automático e motores melhores ressuscitam vendas de carros zero

O publicitário Eduardo Barros, 34, roda por São Paulo com um Jeep Compass novo. O modelo foi o escolhido para substituir um Hyundai Tucson que o paulistano tirou da concessionária ainda zero-quilômetro, em 2013.

"Estava buscando um carro mais moderno, principalmente em relação ao motor, ao consumo e a outros itens como sistema de conectividade", afirma.

Assim como Barros, muita gente escolheu trocar de carro agora-as vendas de veículos novos subiram 13,5% em junho, em comparação com 2016, de acordo com a Anfavea, a associação nacional das montadoras.

O caso do publicitário serve, ainda, para ilustrar o salto tecnológico que a indústria deu nos últimos cinco anos, um dos maiores da história.

Na opinião do presidente da Anfavea, Antonio Megale, a evolução ocorre naturalmente no Brasil, porque o mercado é um dos mais concorridos no mundo todo.

Joel Silva/Folhapress
O publicitário Eduardo Barros com seu Jeep Compass
O publicitário Eduardo Barros com seu Jeep Compass

De acordo com ele, essa rivalidade faz com que as montadoras invistam em novidades para seus produtos, porque quem que fica parado perde espaço muito rápido.

"O carro de hoje é completamente diferente daquele comercializado há cinco anos. É possível dividir a evolução em três áreas: eficiência energética, segurança e tecnologia, sendo que a última engloba conectividade e itens de conforto", diz Megale.

Em relação aos motores, Milad Kalume Neto, gerente de desenvolvimento de negócios da Jato Brasil (que atua na área de pesquisa de mercado), destaca que as metas de eficiência impactaram no investimento dos fabricantes para a diminuição do consumo de combustível e também para a redução das emissões.

Essa movimentação é consequência do programa Inovar-Auto, que começou a valer em 2012, e resultou em um aumento de cerca de 12% na eficiência energética.

"Além disso, os motores passaram a ser menores com a inclusão de turbocompressor, movimento denominado 'downsizing'", afirma.

AIRBAGS

A cirurgiã-dentista Isabela Dal Rovere, 25, acaba de "aposentar" seu antigo Fiat Palio 2010 para comprar um Ford Ka zero-quilômetro.

"O carro já estava com uma quilometragem alta. Além disso, não tinha airbags. Eu pego muita estrada e já estava preocupada com o fator segurança", diz. Ela elogiou a relação custo-benefício do hatch da montadora.

Por causa da legislação, todos os veículos fabricados a partir de janeiro de 2014 passaram a sair de fábrica com airbags frontais e freios ABS de série. Para 2020 está prevista a obrigatoriedade do controle de estabilidade.

CONFORTO

Na parte de conforto e tecnologia, uma grande variedade dispositivos já pode ser encontrada em modelos que custam menos de R$ 50 mil.

A Hyundai, por exemplo, acaba de incluir o sistema multimídia em todas as versões do HB20. Enquanto isso, o Ford Ka tem assistente de partida em rampa, ainda que nas versões mais caras.

Também aumentou a oferta de modelos com volante multifuncional, e carros com câmbio automático ou automatizado já não são figuras raras no trânsito.

"A conectividade passou a ser um elemento-chave. São itens como conexão via bluetooth, display de entretenimento, piloto automático adaptativo, estacionamento automático e chaves inteligentes", diz Kalume.

"Além disso, ar-condicionado, bancos de couro e direção assistida estão até nos veículos de entrada."

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