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Como diferenciar ruídos que indicam problema no carro de barulhos comuns

Quem gosta de automóvel barulhento? Na maioria das vezes, os ruídos indicam que há algo de errado.

"Apitos ao pisar no freio, rangidos metálicos e outros sons são frequentes ao longo da vida de um carro e devem ser diagnosticados por um mecânico o quanto antes, diz Gerson Burin, coordenador técnico do Cesvi/Mapfre (Centro de Experimentação e Segurança Viária).

O gerente de operações Eduardo Oliveira, 35, não seguiu essa recomendação. Mesmo ouvindo um chiado ao pisar no freio de seu Honda Civic 2009, atualmente com 128 mil quilômetros rodados, demorou dez dias para levar o sedã à oficina.

Zanone Fraissat/Folhapress
Eduardo Oliveira gastou R$ 1.600 em reparo de freio
Eduardo Oliveira gastou R$ 1.600 em reparo de freio

"Estava incomodado com o barulho e as vibrações do carro. Além de substituir as pastilhas de freio, foi preciso trocar os rolamentos e os cubos das rodas traseiras, gastei R$ 1.600", diz Oliveira.

O mecânico Clealdo Oliveira de Souza, da BR Car, ressalta que o comprometimento dos cubos pode travar as rodas do veículo e ocasionar um acidente grave. "Os motoristas demoram a fazer a manutenção mesmo quando esses componentes começam a fazer barulho."

Se o ruído vier do limpador de para-brisa, a solução é fazer a troca da peça. "A substituição custa menos que reparar riscos no vidro causados pelas palhetas gastas", diz o coordenador do Cesvi.

Conhecidos como "grilos", os sons chatos que surgem na cabine –geralmente por culpa das vias esburacadas– também merecem atenção.

"Barulhos no painel ou no porta-malas causam apenas incômodo aos ocupantes, mas às vezes o rangido interno pode vir da ruptura de um ponto de solda da carroceria, devido ao nível de torção", explica Evilácio Souza Filho, dono da oficina PapaGrillos.

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NHEC, NHEC

De onde vêm e o que indicam os barulhos do carro

1. PALHETAS DOS LIMPADORES
O ressecamento das borrachas causa um ruído bastante incômodo, especialmente quando o limpador permanece acionado por um longo tempo

Qual o risco? Palhetas gastas podem arranhar o para-brisa, além de criar uma lâmina d'água que atrapalha a visão sob chuva
Manutenção O valor de um novo par varia de R$ 70 a R$ 180 para um hatch compacto

2. SUSPENSÃO
Rangidos estruturais da carroceria ou batidas mais secas ao passar por buracos podem indicar problemas nas buchas ou nos pivôs das rodas. Quando essas partes estão com folga ou ressecadas, ouve-se um "nhec, nhec"

Qual o risco? Rodar com a bucha danificada acelera o desgaste de outros componentes, como os pneus. No caso de um pivô se romper, há risco de a roda se soltar
Manutenção: Para carros compactos, a troca de um pivô mais o custo do serviço sai por R$ 200 em oficinas independentes. Para as buchas, o serviço completo é estimado em R$ 180

3. SISTEMA DE DIREÇÃO
Um ruído agudo ao esterçar o volante em uma manobra mostra que o fluido de direção hidráulica deve estar abaixo do nível recomendado pela montadora. O problema pode estar relacionado também à falta de lubrificação das articulações

Qual o risco? O volante fica mais rígido, dificultando as manobras
Manutenção: De R$ 80 a R$ 320

4. "GRILOS"
Eles surgem em diversas partes do carro, quase sempre por causa das ruas esburacadas. Portas, painel, tampa do porta-malas, teto e pontos de solda rompidos são focos de ruídos

Qual o risco? O maior problema é o desconforto acústico na cabine
Manutenção: Varia de acordo com o nível de ruído. Os sons indesejáveis emitidos por uma porta, por exemplo, são eliminados por R$ 150. Reparos de solda em uma coluna podem chegar a R$ 480

5. ESCAPAMENTO
Avarias no catalisador ou nos abafadores fazem o veículo parecer um carro de corrida de tanto barulho

Qual o risco? O vazamento de ar do sistema de escapamento pode alterar os parâmetros de análise do motor, aumentando o consumo e a emissão de poluentes
Manutenção O custo aumenta de acordo com a parte que precisar ser trocada. Nas oficinas consultadas, os preços vão de R$ 180 a R$ 1.500

6. CORREIAS
O desgaste pode ser percebido pelo ruído de patinação entre a peça de borracha e a polia

Qual é o risco? O rompimento da correia de acessórios compromete o funcionamento do alternador (peça que recarrega a bateria) e, em casos extremos, impede o funcionamento do sistema de arrefecimento do motor.
A luz vermelha da bateria acende no painel do carro indicando que algo de errado ocorreu. No caso da correia dentada, a quebra pode comprometer todo o motor
Manutenção: Em carros compactos, a troca da correia de acessórios deve ser feita, em média, a cada 40 mil quilômetros, ao custo de R$ 80. A dentada e seus tensionadores, após 50 mil quilômetros, por cerca de R$ 330

7. VIDROS
O ruído semelhante a algo sendo riscado pode surgir ao longo do tempo no processo de abertura e fechamento das janelas

Qual o risco? A janela pode emperrar, o que será um problema se não estiver completamente fechada
Manutenção: Na maioria dos casos, a aplicação de pó de grafite, que custa entre R$10 e R$ 20 em lojas especializadas e supermercados, resolve

8. ROLAMENTOS E PNEUS
A fadiga dos rolamentos de roda é identificada pelo ronco emitido com o carro em movimento. Os pneus também podem trazer ruídos indesejáveis à cabine caso tenham sofrido desgaste irregular

Qual o risco?A folga dos rolamentos pode levar ao travamento das rodas, e os pneus irregulares aumentarão o consumo de combustível, além de comprometer a estabilidade
Manutenção: Recomenda-se fazer uma inspeção dos rolamentos a cada 20 mil quilômetros. Caso seja preciso trocá-los, o serviço custa a partir de R$ 100. Para o alinhamento e balanceamento dos pneus, o gasto será de R$ 120 para modelos populares

9. SISTEMA DE FREIOS
O atrito entre os componentes é a causa daquele apito chato que se ouve ao frear. Na maioria dos casos, o som indica que a pastilha está gasta e precisa ser trocada. Porém, pastilhas novas também podem emitir ruídos durante a frenagem, problema que deve ser resolvido em garantia

Qual o risco? Se as pastilhas estiverem gastas, o poder de frenagem será menor
Manutenção: A revisão do sistema de freios com troca de pastilhas sai por R$ 165 para um veículo popular. Se for necessária a troca dos discos dianteiros, a conta terá um acréscimo de R$ 120

Fontes: Cesvi Brasil/Mapfre (Centro de Experimentação e Segurança Viária da Mapfre) e oficina PapaGrillos

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