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Faróis do carro devem ser verificados a cada 15 dias em casa

O sistema de iluminação do veículo exige atenção semelhante à dispensada a outros componentes do carro. Segundo especialistas, o próprio motorista deve inspecionar o conjunto de peças a cada duas semanas. Isso porque as luzes são alvo de "ataques" de várias frentes.

Em geral, a lâmpada queima devido à vibração causada pelo asfalto irregular.

As ruas esburacadas também podem desregular o facho dos faróis. O valor médio para conserto é de R$ 20.

Além disso, sujeira e pó também desgastam o sistema. "Com o tempo, fazem a lente amarelar e, com isso, a lâmpada aquece mais", diz Francisco Satkunas, da SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade).

O motorista pode verificar o funcionamento do sistema de iluminação na própria garagem de casa.

Bruno Santos/Folhapress
Mecânica Evelin Gefari substitui lâmpada modelo H7 de um Volkswagen Jetta, em oficina em SP
Mecânica Evelin Gefari substitui lâmpada modelo H7 de um Volkswagen Jetta, em oficina em SP

Uma dica é ligar as luzes de posição, os faróis e as duas setas e observar se as lâmpadas estão funcionando.

O mesmo deve ser feito com a lanterna. Basta pisar no freio e observar pelo retrovisor se há reflexo no obstáculo mais próximo.

O painel do próprio carro também informa quando uma peça está com defeito.

Já em veículos antigos, diz Pedro Luiz Scopino, dono da oficina que leva seu sobrenome, o proprietário deve ficar atento ao barulho emitido pela luz da seta. "Quando é mais intenso, indica que a lâmpada queimou."

ALTO DESEMPENHO

A lei que obriga o uso de faróis nas estradas, em vigor há um ano, serviu como um alerta para o contador Sergio Petroni, 34, revisar as lâmpadas de seu Fiat Palio 2014.

"Uma delas estava queimada, mas eu sempre adiava o conserto por preguiça. Como rodo bastante em rodovias, por causa da maior fiscalização não pude mais enrolar", afirma Petroni.

O contador optou por um par de maior alcance e luz mais branca, pelo qual pagou R$ 230 –quatro vezes mais que um conjunto normal.

De acordo com Ricardo Leptich, CEO da marca Osram no Brasil, as chamadas lâmpadas de alto desempenho –como as escolhidas por Petroni– precisam seguir normas técnicas internacionais e não podem alterar as condições originais do veículo. "Elas devem ter a mesma potência em watts do modelo original."

De acordo com Satkunas, da SAE Brasil, é preciso se ater às especificações determinadas pelo fabricante do veículo para não comprometer o sistema elétrico.

As lâmpadas compatíveis, afirma Satkunas, geralmente são de 60 W para o farol alto e de 55 W para o baixo.

"Potências maiores podem ocasionar uma sobrecarga elétrica, com superaquecimento da fiação, queima de fusíveis e redução da durabilidade da bateria", afirma.

A mesma ressalva é válida para a instalação de faróis de LEDs não originais e de xenônio em carros que não tenham o sistema de fábrica.

"LEDs 'piratas' podem não ser detectados pela central eletrônica do veículo e, portanto, acusar no painel que as lâmpadas estão queimadas", diz Nilton Monteiro, diretor-técnico comercial da Global Automotive.

Nas oficinas especializadas, o valor da mão de obra para a troca de um par de lâmpadas varia de acordo com a dificuldade e o tempo demandado pelo serviço.

Uma lâmpada de halogênio simples para um Gol custa R$ 35, e a troca, que leva 15 minutos, R$ 35, de acordo com Scopino.

Já para um VW Golf, o par de lâmpadas sai por R$ 120, e a instalação, feita em uma hora, R$ 150, ainda de acordo com o empresário.

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PARA VER E SER VISTO
As lâmpadas disponíveis no mercado

Halógena
É a lâmpada padrão (com filamentos metálicos incandescentes) e a mais barata –um par de marca reconhecida custa a partir de R$ 50. Por exigir mais energia da bateria do carro, faz com que o alternador 'roube' um pouco mais de potência do motor.

LED
As lâmpadas de LED consomem menos energia elétrica em relação às convencionais. De acordo com os fabricantes, essas peças convertem em luz cerca de 20% da energia usada, contra 5% de uma lâmpada incandescente. A vida útil pode chegar a 50 mil horas.

Xenônio
Lâmpadas com gás xenônio começaram a aparecer nos anos 1990, em carros de luxo. São utilizadas por veículos que têm sistema de regulagem automática de altura dos faróis, para evitar que o facho atrapalhe a visão do motorista que trafega à frente ou em sentido contrário.

A modificação de carros sem xenônio de fábrica não é aconselhada, mas ainda pode ser feita. Para tanto, é preciso pedir uma autorização ao Detran e submeter o carro a vistoria em um posto de inspeção licenciado pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).

Laser
Já encontrada na Europa em modelos de luxo e superesportivos, essa tecnologia chega a dobrar o raio de alcance dos faróis de LED por emitir fachos de luz mais intensos e focados.

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O QUE DIZ A LEI

Novas luzes obrigatórias
De acordo com o Contran (Conselho Nacional de Trânsito), a partir de 2023 todos os veículos zero-quilômetro deverão sair de fábrica com DRL (luzes diurnas de rodagem). Os repetidores de seta –nos retrovisores ou na lateral do carro– também serão obrigatórios.

Só originais de fábrica
A partir de 2021, será proibida qualquer modificação nos dispositivos de iluminação externa. Em caso de troca de lâmpadas, somente os tipos originais homologados pela montadora serão aceitos. O descumprimento será classificado como infração grave de trânsito.

Fita de LED
As imitações de DRL (luzes diurnas de rodagem) vendidas como acessórios podem afetar a parte elétrica do veículo por não terem sido projetadas para aplicações automotivas. Elas também influenciam no facho de luz do farol, fazendo com que a visibilidade do motorista seja comprometida.

Farol automático
Lojas passaram a vender um dispositivo que acende o farol automaticamente quando o carro é ligado, para evitar multas ao trafegar por rodovias. Apesar de barato, pode prejudicar partes caras da eletrônica do carro por não ter sido validado no projeto do veículo.

Multa
Transitar com o farol desregulado ou com o facho de luz alta, atrapalhando a visão de outros condutores, é considerado uma infração grave pelo Código de Trânsito Brasileiro. Além da multa de R$ 195,23 e dos cinco pontos na CNH, há retenção do veículo para regularização.

Troca garantida
A manutenção dos faróis não gera a perda da garantia do veículo, desde que a lâmpada defeituosa seja substituída por outra de mesma especificação do fabricante.

Fontes: Osram, Philips, Contran (Conselho Nacional de Trânsito) e SAE Brasil (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade).

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