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O que o motorista cadeirante deve avaliar em um carro

Eduardo Anizelli/Folhapress
Michelle Effren e seu Jeep Renegade comprado com isenções de impostos
Michelle Effren e seu Jeep Renegade comprado com isenções de impostos

Ao comprar um carro com isenções de impostos, a pessoa com necessidades especiais assume um compromisso de quatro anos. Desde julho, esse é o prazo mínimo estipulado por lei para permanecer com o veículo, sem a possibilidade de venda ou troca. Antes, o intervalo era de dois anos.

A nova regra aumenta a importância da pesquisa antes da compra. Os parâmetros são outros quando é preciso acomodar uma cadeira no banco traseiro ou no porta-malas.

Após ver outros modelos na mesma faixa de preço, a bancária Michelle Effren, 30, optou pelo Jeep Renegade. Cadeirante, ela considerou que o bagageiro do utilitário compacto a atenderia bem, embora seja pequeno para os padrões do segmento.

"Estou gostando bastante do jipe, o mais complicado é entrar, o assento é bem alto. Poderia ser mais econômico na cidade, mas a cadeira de rodas cabe inteira no porta-malas, não preciso desmontá-la", diz Michelle, que antes tinha um Chevrolet Onix.

A bancária afirma que um dos pontos que avaliou na hora de escolher o carro foi o sistema de reclinação do banco.

"O Renegade tem o mesmo mecanismo do Onix, é só puxar uma alavanca que o encosto se move para frente ou para trás com facilidade", diz.

Segundo ela, carros que têm a regulagem do encosto feita por meio de um botão giratório tornam o movimento mais lento e difícil quando o motorista está sozinho e precisa colocar a cadeira de rodas no banco de trás.

De acordo com Rodrigo Rosso, presidente da Abridef (Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços de Tecnologia Assistida), os carros mais escolhidos por pessoas com deficiência são os sedãs compactos. Esses modelos combinam preços menores com porta-malas volumosos.

A aposentada Alice Silva, 52, afirma que é possível colocar até duas cadeiras de rodas no porta-malas de seu Chevrolet Prisma, que tem 500 litros de capacidade. O concorrente Volkswagen Voyage oferece 480 litros para bagagens; no Fiat Cronos e no Toyota Etios sedã são 525 e 562 litros, respectivamente.

Além do espaço, esses modelos têm em comum os preços entre R$ 45 mil e R$ 50 mil com as isenções de impostos.
Jipinhos urbanos como o Renegade de Michelle custam mais e oferecem cabines amplas. O mais em conta é o Renault Duster Authentique 1.6 com câmbio automático do tipo CVT, vendido por R$ 46.393 após o abatimento de IPI e ICMS.

Os principais modelos disponíveis estão expostos na feira Mobility & Show, aberta ao público até domingo (23).

Mobility & Show 2018
De 21 a 23 de setembro, das 10h às 18h; Campo de Marte, avenida Santos Dumont 1.979, Santana; entrada e estacionamento gratuitos

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