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Agência usa sem-teto como ponto de acesso à internet e causa polêmica
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JENNA WORTHAM
DO NEW YORK TIMES
Qual produto recebeu mais atenção do que os outros durante as conferências de tecnologia do evento South by Southwest, nos EUA?
Uma agência de publicidade recebeu uma onda de críticas e causou grandes debates após contratar sem-teto locais para andar pelo evento carregando aparelhos com Wi-Fi móvel, oferecendo aos usuários internet em troca de doações.
Ben Sklar/The New York Times | ||
O sem-teto Clarence Jones, 54, trabalha como hotspot móvel no South by Southwest, em Austin, Texas |
A BBH Labs, unidade de inovação da agência de marketing internacional BBH, vestiu 13 voluntários sem-teto com os aparelhos, cartões de visita e camisetas indicando seus nomes: "Eu sou Clarence, um hotspot 4G." Eles foram enviados às áreas mais populosas das conferências.
Com a enorme quantidade de pessoas que estão sempre ao celular e nas redes sociais, às vezes a rede celular para de funcionar, o que criaria mercado para um serviço como o "hotspot sem-teto", esperava a BBH, que chama o projeto de "experimento de caridade". Ela paga US$ 20 por dia para cada participante, e eles também podem ficar com qualquer coisa que os usuários doem em troca do serviço de internet.
Mas, assim que foi visto no local e nas redes sociais, o projeto atingiu o nervo de diversas pessoas, que argumentam que transformar pessoas em torres de internet sem fio é exploratório e desconcertante.
Tim Carmody, blogueiro da revista "Wired", descreveu o projeto como "completamente problemático" e que soa como "algo saído de uma ficção científica satírica bem sombria".
Saneel Radia, diretor de inovação da BBH Labs e que comandou o projeto, disse que a agência não quis tirar vantagem dos voluntários sem-teto. Ele argumenta que a empresa já teve sucesso com outros tipos de experimentos, incluindo um em que eles distribuíram celulares aos sem-teto de Nova York, com contas de Twitter criadas, para chamar a atenção de outras pessoas sobre suas condições.
Mitchell Gibbs, diretor de desenvolvimento da Front Steps, o abrigo que acolhe os voluntários do projeto, disse que aconselhou Radia para deixar o programa no formato ideal. Ele diz ter ficado surpreso com todas as críticas ao projeto que, segundo ele, inspirou o "espírito empresarial" entre os sem-teto participantes.
"É uma oportunidade de emprego, independente de quem esteja oferecendo", disse Gibbs.
Ben Sklar/The New York Times | ||
Frequentadores de centro de assistência a sem-teto em Austin, onde ocorre o festival South by Southwest |
Os sem-teto voluntários também pareciam não estar preocupados com a questão. Um voluntário, Clarence Jones, 54, contou que era de Nova Orleans e ficou sem casa após o furacão Katrina.
"Todo o mundo pensa que eu cheguei ao fundo do poço com isso, mas eu não me sinto assim", disse Jones. "Eu adoro falar com pessoas, e isso é um trabalho. Um dia honesto de trabalho e de pagamento."
Tradução de LEONARDO MARTINS
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