Estudantes publicam livro com sátiras em estilo Twitter sobre clássicos literários
Decifrar as peças de William Shakespeare em ensaios escolares aparentemente não foi o bastante para dois universitários, que escreveram um livro com frases do Twitter que resumem e satirizam obras da literatura.
O "Twitterature : The World's Greatest Books Retold Through Twitter" (algo como Twitteratura: Os Maiores Livros do Mundo Recontados Através do Twitter), que será lançado pela Penguin em novembro no Reino Unido, é uma coletânea de 20 comentários irreverentes, profanos e algumas vezes brilhantes sobre ideias e temas para cada um de 60 clássicos selecionados da literatura.
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Versão britânica do livro "Twitterature", que será publicada pela Penguin em novembro |
Os estudantes americanos haviam anunciado o lançamento do livro já em junho.
Os "tweets" de Emmett Rensin e de Alexander Aciman combinam o conhecimento da língua inglesa com as abreviações de textos de mensagens escritas por adolescentes.
"É engraçado se você tiver lido os livros", disse Rensin, que leu todos os romances descritos até os 19 anos. Rensin é estudante de Inglês e Filosofia na Universidade de Chicago, e o outro autor do livro, Aciman, é formado em Literatura.
Kafka
Os autores deixam bem claro que o livro não pretende ajudar estudantes a compreender "Paraíso Perdido", de Milton, ou "A Metamorfose", de Kafka, mas provocar risadas.
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Versão americana do "Twitterature", que será publicada pela Penguin em dezembro |
Tome como exemplo o "Inferno", de Dante, -- que os autores resumiram em entradas no Twitter de até 140 caracteres: "Estou tendo uma crise de meia-idade. Perdido na floresta. Deveria ter trazido meu iPhone".
Ou "Édipo Rei", de Sófocles: "FESTA EM TEBAS!!! Ninguém se importa que eu matei aquele velho, e a mulher dele está dando em cima de mim".
Mas o livro recebeu críticas mistas.
"Algumas pessoas acharam-no engraçado e algumas pessoas acharam que era desrespeitoso", disse Aciman.
O objetivo era fazer as pessoas rirem, não ofender os defensores da grande literatura, dizem os autores.
O criador do mais famoso evento literário do Twitter --a performance "Twittering Rocks", que leva ao sistema, uma vez por ano, um capítulo de "Ulysses", de James Joyce-- acredita que o "Twitterature" não explora as possibilidades do serviço.
"Eles vão abordar só a extensão dos textos, não a temporalidade", desdenha Ian Bogost, 32, professor do Instituto Georgia de Tecnologia (EUA).
Com Folha Online
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