Sete países pedem ao Google explicações sobre cuidados com privacidade no Glass
Dez órgãos governamentais de privacidade e proteção de dados de sete países pedem ao Google para detalhar os cuidados tomados para manter a privacidade dos cidadãos com o lançamento de seu novo produto do computação "vestível", os óculos inteligentes Glass, que tem previsão de chegar ao mercado em 2014.
Uma carta enviada a Larry Page, presidente-executivo do Google, foi assinada por autoridades do Canadá, Holanda, Austrália, Nova Zelândia, México, Israel e Suíça. Em maio, o mesmo foi feito por oito membros do Congresso dos EUA apontando questões similares quanto ao Glass e a privacidade.
A mensagem dos órgãos governamentais aponta o medo da "vigilância onipresente" e pergunta sobre as salvaguardas de privacidade do Google, o que a empresa planeja fazer com os dados coletados pelo aparelho e como está abordando "questões sociais e étnicas mais amplas" levantadas pelo Glass.
"Nos estamos muito interessados em ouvir sobre as implicações de privacidade desse novo produto e os cuidados que vocês estão tomando para garantir que, com o avanço do Glass, os direitos de privacidade dos cidadãos sejam respeitados em todo o mundo", escreveram as autoridades.
Eles lamentam que o Google ainda não tenha contatado autoridades de proteção de dados para discutir as implicações do Glass.
Em um encontro com acionistas ainda neste mês, Page afirmou que as pessoas já carregavam celulares com câmeras para todo lugar e, com o Glass, nada mudaria.
"As pessoas se preocupam com muitas coisas, que, quando nós usamos os produtos, não se tornam um problema real", disse Page.
"Quando você vai ao banheiro, você não entra em pânico se vê uma pessoa usando o Glass, assim como você não entra em pânico quando alguém usa um celular no banheiro."
O presidente-executivo também afirmou que não encoraja o medo e a preocupação com a privacidade, já que somente após o lançamento do produto será possível avaliar e entender essas questões.
Susan Molinari, vice-presidente do Google para políticas públicas, respondeu este mês aos membros do Congresso americano dizendo que o Glass não terá reconhecimento facial e que será possível apagar os dados pessoais armazenados no dispositivo em caso de perda ou roubo. Entretanto, a empresa conta com a ajuda de alguns usuários para fomentar a discussão sobre o assunto.
O Glass, que ainda não foi lançado e está disponível apenas para um restrito número de desenvolvedores, assim como os smartphones, possibilitam o envio de mensagens de texto, fazer ligações telefônicas, tirar fotos e gravar vídeos, além de oferecer acesso a aplicativos, como o Google Maps. O usuário vê tudo isso em um pequeno visor localizado na haste direita dos óculos.
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