PCs convencionais não desaparecerão, diz diretor do Chrome OS, do Google
Jeff Chiu - 21.fev.13/Associated Press | ||
Chromebook Pixel, computador baseado em nuvem feito pelo Google, é demonstrado em San Francisco |
O PC tradicional não deve desaparecer, encontrando seu nicho entre pessoas que realizam atividades profissionais e pesadas com eles. Apesar disso, a "vasta maioria" dos usuários não precisar de todo o desempenho que um computador potente oferece. Essa é opinião de Felix Lin, diretor de parcerias para o sistema operacional de nuvem do Google, o Chrome OS.
Nesta quarta-feira (12), a Samsung lançou seu primeiro Chromebook por aqui.
Em entrevista à Folha, o executivo defendeu que o custo de manutenção é praticamente zero em laptops com o Chrome OS, chamados Chromebooks, fabricados por empresas como Dell, HP e Lenovo, e que isso fará com que o "usuário comum" substitua o PC com Mac ou Windows por um baseado na internet.
"Assim como os mainframes [computadores de grande porte de uso profissional] não desapareceram, o PC não vai desaparecer. Certamente há pessoas que precisam de PCs, mas, para a vasta maioria das coisas, os Chromebooks são mais simples e têm menos chateação", diz.
O primeiro laptop com Chrome OS chegou ao país em outubro do ano passado, em modelo feito pela Acer (leia teste ).
Divulgação |
Felix Lin, diretor de parcerias para o sistema operacional de nuvem do Google, o Chrome OS |
"Em mercados emergentes, como o Brasil, a proposta dos Chromebooks é particularmente forte. O custo total é o fator mais importante: mesmo que o hardware [de um PC convencional] não seja tão caro, o custo de mantê-lo rodando, de treinar pessoas para usá-lo, de atualizações de software está fazendo escolas usarem o Chromebook", disse, citando um estudo da empresa FutureSource que mostra que um em cada cinco computadores adquiridos por escolas americanas em 2013 foi um laptop com Chrome OS.
Para Lin, os Chromebooks deverão valer-se da simplicidade para vencer a batalha contra PCs convencionais –a Microsoft já lançou campanhas publicitárias desdenhando do Chromebook, e mantém um site para comparar as plataformas.
Questionado sobre se a Microsoft e a indústria tradicional de PCs deveriam se preocupar com o Chrome OS, que é uma alternativa ao Windows (e ao Linux, ao Mac), Lin desconversa. "Nosso foco não é a Microsoft."
Lin defende que, em vez de apresentar piora no desempenho enquanto envelhece, os aparelhos com Chromebook (laptops e, mais recentemente, computadores tudo em um) melhoram. "Mesmo a duração da bateria, a qual invariavelmente piora com o tempo, é aumentada com as frequentes atualizações de sistema que fazemos a cada seis semanas ou menos."
No ano passado, o Chromebook representou 9,6% entre todos os computadores e tablets vendidos naquele país, segundo a empresa de pesquisa NPD –no ano anterior, deteve participação de 0,2%, o que significa um crescimento de 48 vezes. A Amazon listou dois entre os três laptops mais vendidos como Chromebooks, geralmente mais baratos, durante a temporada de compras do Natal.
O Google lançou em fevereiro do ano passado um laptop com tela sensível ao toque que roda o Chrome OS. "Queríamos demonstrar as capacidades de um sistema baseado em nuvem e motivar desenvolvedores a criarem aplicativos e serviços de web avançados. E vem dando certo."
Perguntado, Lin disse que não vê o lançamento de um tablet que use o Chrome OS. "Android ainda é uma melhor opção."
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