Yahoo! diz ter sido ameaçado pelos EUA para cooperar com NSA
O Yahoo! denunciou ter recebido "ameaças" do governo americano para forçá-lo a cooperar e entregar dados dos usuários para o programa de vigilância Prism da Agência de Segurança Nacional (NSA).
"Tivemos que lutar a cada passo para evitar as tentativas de vigilância do governo dos EUA. Em um dado momento, o governo nos ameaçou com multas diárias de US$ 250 mil se continuássemos a nos recusar a obedecer", afirmou o Chefe de Assuntos Jurídicos do Yahoo!, Ron Bell, em uma entrada no blog da companhia na quinta-feira (11).
A acusação remonta a 2007, quando o governo americano fez uma emenda em uma lei para poder solicitar informação sobre os usuários de serviços on-line, um pedido que o Yahoo! considerou "inconstitucional". A companhia se negou a entregar os dados pedidos e recorreu ao Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira dos EUA (FISC).
O Yahoo!, que durante esse tempo recebeu "ameaças" da Administração, perdeu o caso e finalmente foi forçado a compartilhar os dados que o governo pedia, mas centrou seus esforços em conseguir desclassificar o arquivo do caso para que se tornasse público e pudesse provar as pressões do governo, o que conseguiu, revelou Bell.
Laura Poitras-10.out.13/Glenn Greenwald/Efe | ||
Programa de vigilância Prism, da NSA, foi revelado a partir de vazamentos de Edward Snowden em 2013 |
"Lutamos para desclassificar o caso e para tornar pública a investigação", indicou Bell, que garantiu que agora o FISC desclassificou as 1.500 páginas do arquivo e que o Yahoo! está trabalhando para que elas estejam disponíveis para consulta pública.
O programa Prism da NSA, cuja existência foi revelada a partir dos vazamentos do ex-analista da NSA Edward Snowden em 2013, obriga as empresas tecnológicas a compartilharem informações sobre seus usuários com o governo.
Além do Yahoo!, outras grandes empresas americanas entregaram informação à NSA, entre elas Google, Facebook, Apple, AOL e Microsoft.
"Tratamos a segurança pública como um assunto muito sério, mas também estamos comprometidos com a proteção dos dados de nossos usuários. Continuaremos enfrentando pedidos e leis que consideramos ilegais, pouco claros ou exagerados", concluiu Bell.
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