Facebook testa drones com laser para conectar áreas isoladas à internet
Divulgação | ||
Imagem usada por Zuckerberg no post sobre os testes de drones para levar internet a lugares isolados |
Presidente-executivo e cofundador do Facebook, Mark Zuckerberg anunciou no final da quinta-feira (26) que a empresa "concluiu com sucesso" testes no Reino Unido do uso de drones (aeronaves não tripuladas) que usam raios laser para transmissão de dados.
A ideia do uso dos veículos –que terão envergadura de 29 m, maior que a de aviões Boeing 737, segundo a companhia– é levar conexão à internet a populações remotas.
Os drones têm massa inferior à de um carro e são alimentados por energia elétrica proveniente de painéis solares instalados nas suas asas, disse Zuckerberg.
Ao jornal "The Wall Street Journal", o vice-presidente de engenharia do Facebook, Jay Parikh, disse que novos testes, que incluirão voos, serão realizados "em algum momento deste verão", referindo-se à estação no hemisfério norte, que se estende de junho a setembro.
É uma tecnologia alternativa às atuais conexões por torres celulares e também à de balões com conexão por ondas de rádio, que vem sendo testada no Brasil pelo Google no seu projeto Loon. A gigante de buscas também adquiriu uma companhia de drones, chamada Titan Aerospace, em abril do ano passado.
O Facebook diz ter realizado estudos por meio dos quais conclui que somente 10% das pessoas vivem fora do alcance de redes celulares, sejam elas 2G (de segunda geração), 3G ou mais novas.
Em entrevista à Folha no mês passado, o executivo Ime Archibong, responsável pelo projeto de inclusão Internet.org do Facebook, disse que é por causa disso que a empresa também faz parcerias com teles para tornar mais acessível –às vezes gratuito– o acesso a alguns serviços (incluindo, claro, a própria rede social) usando o celular.
Em janeiro e em fevereiro deste ano, a companhia lançou programas para acesso ao seu site e a serviços de internet públicos ou considerados essenciais (como a Wikipédia) na Colômbia e na Índia, respectivamente.
A estimativa do Facebook é que haja entre 1,1 bilhão e 2,8 bilhões de pessoas sem acesso à internet hoje.
Não é a primeira vez que o Facebook menciona a operação de drones para conexão à internet. Em setembro do ano passado, o executivo Yael Maguire falara sobre o início dos testes em 2015 e sobre o tamanho das aeronaves.
O projeto foi parcialmente detalhado por meio de um documento liberado pela companhia sediada em Menlo Park, Califórnia (clique para acessar, em PDF).
Os drones voam a cerca de 20 km de altitude. Uma das dificuldades é a perda de intensidade do sinal –uma função exponencial em relação à distância– das ondas eletromagnéticas dos raios laser.
Em janeiro, o Facebook anunciou a contratação de 1.200 pessoas para trabalhar com drones e em outras áreas consideradas de tecnologia de ponta, como realidade virtual.
O anúncio foi feito durante a conferência F8, para desenvolvedores, realizada pelo Facebook em San Francisco entre esta quinta (26) e esta sexta (27).
"Se atingirmos nosso primeiro objetivo, de conectar todo o mundo à internet, criaremos um novo problema, de tamanho fluxo de informação que você não consegue chegar às coisas que lhe são importantes", disse o executivo-chefe de tecnologia da empresa, Mike Schroepfer, durante o evento.
Livraria da Folha
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade