Televisão no Brasil completa 65 anos, e novidade é conversar com aparelho
Nesses 65 anos da televisão brasileira, completados neste mês, ganhamos imagens em cores, controle remoto, canais pagos e, mais recentemente, interatividade. E a última novidade? Conseguirmos falar com a TV.
Televisores com reconhecimento de voz já são fabricados há algum tempo por empresas como Samsung, LG, Panasonic, Sony e Philips. Mas só aceitavam comandos básicos, como ligar e desligar. O salto agora são aparelhos que entendem ordens mais complexas, como buscar conteúdos e navegar por aplicativos.
Foi apresentada no início do mês a nova Apple TV. O aparelho, que conecta o televisor à internet, vem agora com a Siri, assistente comanda pela voz do usuário.
Com essa ferramenta, bastará dizer "Quero assistir a 'Friends'", por exemplo, para que ela selecione o filme em um serviço de streaming, como o Netflix.
Também será possível dar ordens mais específicas, como mostrar o episódio de uma série em que apareça determinado ator ou perguntar o resultado de alguma partida de futebol, serviços ainda não oferecidos com tanta precisão pelas concorrentes.
O Google também lançou recentemente sua Android TV, com busca de voz integrada ao Google Now, que responde a questões como previsão do tempo, e permite acesso ao conteúdo de apps de vídeo.
A proposta é ambiciosa, mas ainda passa a sensação de estar operando um computador ultrapassado, lento e com dificuldade de realizar tarefas básicas, inclusive a inicialização (veja teste da Android TV em TV da Sony ).
"Algumas TVs já têm reconhecimento por voz para buscas e filmes, mas não são smartphones gigantes", diz Paul O'Donovan, analista da consultoria Gartner.
"A maioria das pessoas vai usar o assistente de voz no celular e não na TV, da mesma forma que acontece com as redes sociais. Elas são acessadas em frente à TV, do smartphone, e não direto na TV", continua O'Donovan.
Para ele, a voz no televisor será mais restrita à procura de conteúdos de vídeo.
Segundo a consultoria, em 2019, 74% de todas as televisões fabricadas no mundo serão inteligentes."Oferecer uma smart TV é a melhor forma de uma fabricante se diferenciar", afirma.
Entre os serviços oferecidos pelas TVs conectadas estão assistir a vídeos do YouTube e dos serviços de streaming. O Netflix, o mais famoso deles, por exemplo, tem uma expectativa de receita no Brasil em 2015 maior que o de emissoras como RedeTV! e Band.
Os novos serviços de voz não servem para trocar os canais da TV -não adianta dizer "põe na Globo, na Record, no SBT" etc. Assim, trazem a tona a já não nova questão: será que o telespectador vão parar de "zapear" os canais?
Segundo Julio Zaguini, diretor do Google, não. "Essa não é uma implosão do sistema. É uma adaptação", diz.
João Lanari Bó, professor da UnB, concorda. "O que o público ainda gosta é de um jogo de futebol, uma novela, que têm horário fixo para serem transmitidos. Uma coisa não exclui a outra."
"Não acho que o 'zapping' vá sumir, o que vai mudar é como ele acontece. Muitas vezes ligamos o Netflix e ficamos por um longo tempo olhando as opções de filme. É natural que fiquemos bisbilhotando bastante para encontrar o conteúdo perfeito" afirma Juliana Algañaraz, diretora da Endemol Shine, produtora do "Big Brother" e do "MasterChef".
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TELEVISÕES COM RECONHECIMENTO DE VOZ
Philips série 6700: A TV Philips Android Ultra HD 4K, com tela de 50 e 55 polegadas, vem com o sistema operacional do Google e memória interna de 8Gbytes (expansível)
QUANTO a partir de R$ 3.999
Panasonic Tc-50CX650B: Conta com display de LED com resolução 4k (ultra HD) e opção de personalização da tela inicial. Vem com Info Frame, um quadro que recomenda conteúdo
QUANTO R$ 4.999
LG 49UF7700: Vem com tela de 49 polegadas, display de LED, resolução 4k, além de sistema operacional webOS 2.0, com melhorias na velocidade ao alternar entre aplicativos
QUANTO a partir de R$ 3.399
Samsung UN55JU7500GXZD: Tem tela curvada de 55 polegadas, com definição 4k. Há suporte para imagem 3D, mas é preciso comprar o óculos separadamente
QUANTO R$ 7.499
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