Empresas encaram ceticismo do público sobre internet das coisas

Crédito: Steve Marcus/Reuters Semi-automatic rifles are seen for sale in a gun shop in Las Vegas, Nevada on October 4, 2017. Mass killer Stephen Paddock used semi-automatic weapons which he modified with "bump-fire stock" to make them fire at the same speed as a fully automatic weapon when he killed 58 people and injured over 500 in the worst mass shooting in modern American history on October 1, 2017 at a country music festival in Las Vegas. / AFP PHOTO / Robyn Beck
Estande do Google na feiras de tecnologia CES, que acontece em Las Vegas

NATÁLIA PORTINARI
ENVIADA ESPECIAL A LAS VEGAS

O desafio das empresas na CES, feira de eletrônicos que começa em Las Vegas (EUA), nesta segunda-feira (8), é superar o ceticismo do público nas aplicações domésticas de internet das coisas, como em geladeiras, fogões e despertadores conectados.

Em 2016, uma pesquisa da consultoria Gartner concluiu que três quartos dos americanos prefere ajustar manualmente a luz e a temperatura. A maioria não fazia questão de controlar portas e janelas via controle remoto.

Ainda assim, a edição de 2017 da CES, e, agora, a de 2018, continuam batendo nesta tecla. O Google se prepara para demonstrar que seu Assistente é melhor que a concorrente Alexa, da Amazon, para controlar os objetos conectados.

Ambas as empresas estão a postos em Las Vegas com campanhas agressivas de publicidade para convencer fabricantes de que seu hub de casa conectada —respectivamente, Google Home e Echo— é o melhor do mercado, e assim fechar parcerias com quem fabrica hardware.

No ano passado, Ford, Huawei e LG se associaram à Alexa, e o Google Home foi deixado para trás nas vendas ao longo de 2017. Neste ano, a LG deve anunciar uma TV com o Assistente, parte de uma campanha do Google para tomar uma fatia desse mercado.

Mas as aplicações práticas desses itens ainda não se consolidaram. Uma pesquisa da Experian, de 2016, constatou que menos de 30% de quem compra o Echo usa o dispositivo frequentemente.

No setor de celulares, como a Apple participa pouco da feira e as empresas guardam suas novidades para a Mobile World Congress 2018, em Barcelona, a expectativa é que a chinesa Huawei e a coreana Samsung façam lançamentos modestos.

CRISE DOS CHIPS

Às vésperas da feira, as gigantes da tecnologia também tentam convencer o público de que as falhas de segurança encontradas em quase todos os chips já fabricados podem ser resolvidas sem que seja necessário substituir os componentes físicos dos computadores.

As falhas, Spectre e Meltdown, se aproveitam de um sistema chamado execução especulativa. Quando operam, os microprocessadores, o cérebro dos aparelhos, "prevêem" qual será a próxima operação. Se acertam, eles seguem em frente. Se erram, eles jogam fora o "palpite".

Mas esses "palpites" jogados fora podem ser coletados para roubar os dados do computador, como se o hacker fosse alguém que vasculha o lixo em busca de documentos pessoais.

Desde que o problema foi divulgado, na semana passada, atualizações de software já foram lançadas por Google, Amazon e outras empresas, mas elas podem piorar o desempenho das máquinas e dos serviços de computação em nuvem de maneiras que ainda não estão claras.

O Spectre, mais difícil de resolver, mas também de ser explorada por hackers, afeta chips da Intel, AMD e ARM. Já o Meltdown, menos complexo de prevenir, é um problema dos chips da Intel e ARM.

Enquanto a Intel admitiu que, para resolver completamente a questão, terá que mudar a arquitetura de seus chips, a AMD se manteve na defensiva, reiterando que o risco de a falha ser explorada é "quase zero" e que as correções de software bastam para manter a segurança.

"Estamos aplicando atualizações por software, como outras empresas", diz Mark Papermaster, chefe de tecnologia da AMD. "Acreditamos que os nossos processadores estão protegidos."

A AMD compete tanto com as CPUs (microprocessadores) da Intel quanto com as placas gráficas (para jogos e edição de imagens) da Nvidia. Por isso, a empresa quer se dissociar da crise dos chips, que fez com que as ações da Intel caíssem.

Na CES, a companhia irá lançar a AMD Radeon Vega Mobile, uma linha de processadores para celulares e ultrabooks, mercado hoje fortemente dominado pela Intel.

Já a Intel irá mostrar, em parceria com a Dell, um novo modelo do XPS 13, laptop top de linha, ultrafino, com um processador inédito e placa de vídeo potente da Nvida.

A jornalista viaja a convite da AMD

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