TAM ainda lidera, e CVC tem melhor resultado

Arte Folha
Top of Mind 2016 - companhia aérea

O nome mudou, mas a marca antiga continua firme na memória dos brasileiros. A TAM foi a companhia aérea mais citada por 35% dos entrevistados pelo Datafolha, uma oscilação negativa de quatro pontos em relação à pesquisa anterior.

A Gol aparece em segundo lugar, com 26% das menções.

A Latam, que surgiu da fusão da brasileira TAM com a chilena LAN, obteve apenas 1%. A junção das empresas foi sacramentada em 2012, mas as ações da nova marca só começaram há seis meses. Agora, o grupo trabalha com 140 destinos em 25 países, com 48 mil funcionários e frota de mais de 300 aviões.

"Como as duas marcas são muito fortes, reconhecidas, a gente estava com um superfrio na barriga em relação a quanto tempo iria demorar para que os passageiros entendessem que a TAM agora é Latam, e a LAN agora é Latam", conta Claudia Sender, presidente da Latam Brasil.

TAM lidera mesmo após fusão com a LAN

A popularidade e o prestígio que TAM e LAN carregam foram levados em conta nas discussões da cúpula da empresa ao longo dos últimos anos, mas ainda assim a opção pela mudança do nome se revelou mais promissora.

"Fizemos vários estudos, como manter as duas e usar Lantam. Mas concluímos que, além de soar bem, a palavra Latam faz essa fusão das empresas que deram origem à nova marca", explica a presidente.

As primeiras grandes ações de marketing da nova companhia foram o transporte da tocha olímpica por mais de 300 cidades brasileiras e, em seguida, o patrocínio dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos.

Segundo Claudia, essa parceria com a Olimpíada contribuiu para o processo de assimilação da marca recém-lançada. Levantamento recente da empresa revelou que 30% dos passageiros já conhecem a Latam. Na internet, metade das buscas por passagens da companhia já são feitas usando o novo nome.

Até o fim deste ano, 10% dos aviões carregarão a nova identidade visual. A previsão é que toda a frota tenha mudado até o fim de 2018.

AGÊNCIA DE VIAGEM

"Falta dinheiro, o PIB está caindo, mas as pessoas, em geral, fazem um ajuste e dão um jeito de sair de férias. Quem pretendia tirar sete dias se limita a cinco. Quem pensava ir a Fortaleza faz viagem mais curta para Porto Seguro", diz Luiz Eduardo Falco, presidente da CVC.

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Top of Mind 2016 - agência de viagem

As intempéries do período de recessão atingem de modo muito mais brando a CVC, agência de viagem líder do Top of Mind desde 2011, quando essa categoria foi criada. Na pesquisa deste ano, a empresa aparece com 21% das menções, seu melhor resultado. Com 9%, a TAM Viagens foi a segunda.

Tanto a resistência à crise quanto a manutenção de uma marca forte se baseiam muito no que se poderia chamar de onipresença da empresa país afora. A CVC oferece o que Falco chama de "abordagem multicanal". É possível entrar em contato com a empresa por meio das 1.060 lojas franqueadas, das 6.500 agências multimarcas e do site. Além disso, todas as frentes do turismo são contempladas: aéreo, rodoviário, marítimo e terrestre.

Em agosto, a empresa abriu sua primeira loja de intercâmbio, em São Paulo. Até o fim deste ano, serão dez unidades desse modelo. A área de intercâmbio, diz Falco, representa apenas 4% do mercado de turismo no Brasil e, por isso, não chega a ser prioridade para a CVC. Mas a expansão se justifica para "estarmos em todos os lugares".

A empresa que começou com uma pequena loja em Santo André, na Grande São Paulo, em 1972, deve chegar ao fim deste ano com 1.100 unidades. O objetivo é manter o ritmo de cem lojas abertas por ano, visando especialmente o interior.

No primeiro semestre de 2016, a CVC registrou crescimento de 4,1% em reservas confirmadas em relação ao mesmo período de 2015. Considerando a mesma base de comparação, o lucro líquido alcançou 4,6%. Números como esses, em descompasso com a crise, não existiriam sem o talento e o empenho para o varejo, a começar pelo presidente. Ao fim da entrevista, ele oferece ao repórter: "Não quer tirar férias? Faço em até 12 vezes".

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