Só pensávamos em ser campeões, diz Edu sobre a concentração da seleção de 70
O atacante Edu se tornou jogador profissional em 1966, no Santos de Pelé, com apenas 15 anos de idade. No mesmo ano foi convocado para a Copa do Mundo, sendo até hoje o jogador mais jovem a defender a seleção brasileira. Em 1970, já um "veterano" de 20 anos, fez parte do grupo tricampeão do mundo. Jogou também a Copa de 1974, na qual a seleção terminou em terceiro lugar.
Momento inesquecível. Quando faltava uns 15 minutos para terminar o jogo Brasil e Romênia e eu entrei em campo. E esse momento, para mim, foi marcante, porque eu já tinha ido a um Mundial, não tinha participado, e nessa foram os meus primeiros 15 minutos de Copa do Mundo. Eu tinha 16 anos na primeira, em 1966. Então, em 1970, eu estava tranquilo –tinha só 20 anos, mas já tinha experiência. O que me marcou realmente foi quando saiu o quarto gol do Carlos Alberto e daí nós já sabíamos que estava tudo selado: 4 a 1, acabou, somos tricampeões mundiais! Aí já vem aquela alegria, choro...
Momento para esquecer. Não há nada que dê para esquecer.
Concentração. Acho que foi diferente de outras Copas porque era um grupo muito legal, que sabia o que queria. E nós queríamos ganhar a Copa do Mundo. Tanto é que eu era o titular, saí, entrou o Rivellino e até hoje nós somos amicíssimos. Essa união vinha também do pessoal mais velho –no caso, o Pelé, o Félix (1937-2012), o Brito, o Gérson. Eles sabiam que não teriam mais oportunidade de ir a outras Copas do Mundo. Então, aquela era a Copa-chave, nós tínhamos que ganhar. Na concentração, estávamos focados demais: esquecemos tudo, deixamos tudo de lado –só pensávamos em ser campeões mundiais.
Quem pode ser o Edu de 2014? É meio complicado porque, infelizmente, já não tem mais o ponta-esquerda, aquele habilidoso. Nós vemos o Neymar jogando ali, mas ele não é um ponta-esquerda nato. Hoje, o ponta-esquerda até joga, mas como atacante.
O que faz hoje? Já tive escolinhas de futebol e hoje faço um trabalho muito interessante nos Estados Unidos: as clínicas de futebol. Todo ano passo praticamente dois meses lá. Agora, estou trabalhando com uma equipe que jogou aqui no São Paulo também. Estamos tentando levar o União Mogi das Cruzes para cima. Aindo jogo bola, todo fim de semana e quando o pessoal me convida para apresentações.