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24/12/2011 - 13h58

Pequenos e grandes sucumbem à magia na casa do Papai Noel na Lapônia

DA REUTERS, EM ROVANIEMI

Intimidado, Dimitri segue o duende e penetra com um passo incerto num grande salão todo de madeira. De repente, ele percebe: majestoso em sua poltrona, colete vermelho, barba branca e gigantescos sapatos de feltro, o Papai Noel o recebe em sua casa, no Círculo Polar.

Assim que passa o momento de estupor, Dimitri, 6, avança, cumprimenta o bom velhinho e diz: "será que todos os presentes estão prontos? Estamos perto do Natal e estou preocupado".

Jonathan Nackstrand - 13.dez.11/France Presse
Papai Noel recepciona visitantes em seu "escritório" em Rovaniemi, na Lapônia finlandesa
Papai Noel recepciona visitantes em seu "escritório" em Rovaniemi, na Lapônia finlandesa

Mas o Papai Noel não parece atarefado nos últimos preparativos.

"Falta pouca coisa e meus duendes me ajudam", tranquiliza Papai Noel, também chamado Santa Claus, Ded Moroz, Joulupukki, Babbo Natale...

Com sua longa barba que vai até o grande ventre, o barrete vermelho cobrindo os cabelos e deixando aparecer apenas o nariz e os olhos vivos atrás dos óculos de fina armação dourada, o Papai Noel possui o mesmo pragmatismo ingênuo imaginado pelos mais jovens.

Xavi, um pequeno espanhol de 5 anos, vindo de Vinaros, perto de Valença, apresenta sua longa carta ilustrada com inúmeras explicações orais, para estar seguro que o velhinho compreendeu bem o que esperava dele. "Isso é um trem, e isso, uma banca", enumera ele.

Philippe, 4, mora perto de Zurique e mostra-se pouco impressionado com o bom velhinho, de quem já "viu a foto no computador". Em troca, não pode tirar os olhos dos embrulhos de presente, amontoados na sala.

Vindos de Kursk, Fiódor e suas irmãs Dacha e Alicia tentam agradar Ded Moroz, como é chamado na Rússia, cantando, cada um no próprio tom, uma canção aprendida na escola.

Entre os adultos, essa excursão à Lapônia finlandesa (na floresta perto de Rovaniemi) desperta um pouco da infância e da vontade de acreditar, como Chihiro Asao, 30, e seu marido Akihiko, vindos de Yamanashi, perto de Tóquio.

"Oh, Santa Claus...", diz Akihiko diante do personagem, tocando em sua barba, à maneira de um são Tomás.

"No fundo do meu coração, acredito um pouco em Papai Noel", admite, depois do encontro.

"Aqui, a gente pode acreditar", confirma François, 46, turista francês.

"Ele existe, nós acreditamos!", dizem, em coro, Dino Tariciotti, 28, e Federica Paglia, 29, vindos de Roma "só para vê-lo, porque é genial".

Curiosamente, os adultos que vêm sem crianças, entabulam conversas sérias, mesmo sem grandes interesses, com o Papai Natal.

Um turista italiano informa, assim, a seu hóspede, que este ano não está nevando na Itália. Um casal de australianos, Chris e Straum, diz que veio a Rockhampton "da parte de seus sobrinhos".

MÁQUINA DO TEMPO

Para o Papai Noel, crianças ou adultos, isso não tem importância.

"Na minha idade --tenho mais de 400 anos-- todos são crianças", diz ele, destacando que "as pessoas faziam grandes esforços para ir a Rovaniemi".

Num mapa, anotou os recantos do mundo dos quais recebeu visitantes: Coreia do Norte, Moçambique, arquipélagos do Pacífico.

Ele deixará Rovaniemi na noite de 24 de dezembro e começará a turnê pela Escandinávia, onde os presentes são distribuídos, tradicionalmente, no Réveillon.

Deverá em seguida, segundo um estudo sueco, visitar cerca de 2,5 milhões de lares em toda a Terra. Assim, para chegar a tempo, será preciso que suas renas corram 5.800 quilômetros por segundo e que cada uma de suas paradas não ultrapasse 34 microssegundos.

Uma conta impossível, segundo os tristes espíritos cartesianos.

"Mas eu tenho um truque: a máquina do tempo!", conta o Papai Noel. Com efeito, antes de entrar em seu escritório, os visitantes passam por uma imensa balança.

Isso, afirma o Papai Noel, permite reduzir a velocidade de rotação da Terra para alongar a noite de 24 para 25 de dezembro.

Haverá efetivamente necessidade de esticar esta noite, a crer nas centenas de milhões de cartas que chegam anualmente, do mundo inteiro, à agência de correios da cidadezinha.

É preciso, também, um pouco de magia, lá também, para que cheguem as cartas dirigidas, mesmo sem selo, a "Papai Noel e seus Duendes, remetente Planeta dos Sonhos" (França), "Djeda Mraz, 96 930 Articki Krug, Finska" (Sérvia), "Santa, Santa's Grotto, North Pole, Lapland" (Grã-Bretanha, "Santa!!! North Pole, Finland" (Estados Unidos). Ou ainda, simplesmente, da Itália, "Babbo Natale".

 

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