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29/06/2012 - 07h20

Palestinos buscam status de patrimônio para igreja da Natividade

DA REUTERS

Os palestinos esperam convencer a Unesco neste fim de semana a declarar partes de Belém e sua Igreja da Natividade como Patrimônio Mundial em perigo, a fim de agilizar o financiamento para reparos.

O debate sobre o tema altamente politizado está previsto para começar nesta sexta-feira na reunião anual do Comitê do Patrimônio Mundial da organização cultural global em São Petersburgo, Rússia, com uma possível votação no sábado ou domingo.

A igreja do século 4º -construída sobre uma gruta onde a tradição cristã diz que Jesus nasceu - precisa de reparos, especialmente no seu telhado, e a Autoridade Palestina, que exerce um autogoverno limitado na Cisjordânia ocupada por Israel, está sem recursos.

A Autoridade Palestina conseguiu apenas US$ 3 milhões para renovações, uma pequena fração da ajuda internacional prometida. Autoridades palestinas disseram que uma decisão da Unesco reconhecendo a igreja como um local de perigo iria atrair dinheiro para Belém mais rapidamente.

Jim Hollander/Reuters
Mulher reza com monges franciscanos na igreja da Natividade, em Belém; palestinos querem que igreja seja Patrimônio Mundial
Mulher reza com monges na igreja da Natividade, em Belém; palestinos querem que local seja Patrimônio Mundial

O pedido de nomeação inclui um pequeno trecho da rota de peregrinação, o caminho que, segundo a tradição, José e Maria fizeram para a cidade em sua caminhada de Nazaré há 2.000 anos.

Grupos palestinos, em uma carta à Unesco, apontaram para o que eles descrevem como os perigos da ocupação israelense, citando em especial o cerco da Igreja da Natividade por Israel em 2002, onde os militantes se refugiaram durante um levante palestino.

A violência diminuiu drasticamente nos últimos anos e mais de 2 milhões de pessoas visitam anualmente a igreja.

Mas peritos independentes enviados pela Unesco para examinar a igreja recomendaram recusar o pedido, dizendo que, embora o telhado da igreja precisasse de reparos, o santuário não pode ser considerado 'como tendo sido severamente danificado ou sob ameaça iminente'.

"Estamos vivendo sob a ocupação", disse o vice-prefeito de Belém, George Saade. "Belém é cercada por um muro. Economicamente, não podemos trabalhar livremente. Precisamos de ajuda da Unesco."

Ele estava se referindo a uma barreira na Cisjordânia construída por Israel durante a revolta com o objetivo declarado de impedir que homens-bomba chegassem às suas cidades. Os palestinos dizem que o projeto é uma tentativa de conquistar terras que eles querem para um Estado palestino.

Em Jerusalém, o porta-voz do Ministério de Relações Estrangeiras israelita, Yigal Palmor, opôs-se à reivindicação palestina de que os locais em Belém estão em perigo iminente.

"O verdadeiro propósito aqui não é realmente o apoio da Unesco, mas simplesmente para confrontar Israel novamente", disse Palmor. "Nós não temos nenhuma objeção quanto à inclusão da Igreja da Natividade. Os palestinos estão à procura de um conflito a qualquer custo."

Se o pedido de emergência for rejeitado, a Autoridade Palestiniana pretende passar pelo processo de aplicação normal para reconhecimento de Patrimônio Mundial.

No ano passado, a Unesco concedeu adesão plena aos palestinos, uma decisão vista na época como um impulso à sua tentativa, desde então estagnada, de obter reconhecimento unilateral de soberania das Nações Unidas, na ausência de negociações de paz com Israel.

Israel e os Estados Unidos, que posteriormente cortaram seu financiamento anual de 80 milhões de dólares da Unesco, condenaram a decisão, dizendo que as negociações de paz - que fracassaram em 2010 - eram o único caminho para um Estado palestino.

 

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