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Com planejamento, Londres driblou olimpicamente as intempéries
VANESSA BARBARA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LONDRES
Mesmo após o sucesso da abertura dos Jogos, Londres ainda não se livrou de um certo espírito catastrofista. Pelas ruas, entre transeuntes com guarda-chuvas oficiais dos Jogos e camisas do Team GB -a equipe da Grã-Bretanha-, há pessoas carregando sacolas de tecido com as inscrições: "Levei três horas para chegar ao trabalho hoje" e "Aluguei meu apartamento para uma família de americanos gordos". Outro modelo de sacola: "Todos eles usam esteroides".
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Primeiro veio o retumbante fiasco da empresa de segurança G4S, que obrigou o governo a recrutar o Exército para auxiliar no setor. A aparência de "estado de sítio" proporcionada pelos militares só fez aumentar a paranoia quanto a ataques terroristas.
Depois, os funcionários de uma empresa de trens ameaçaram entrar em greve, assim como os responsáveis pelo controle de passaportes nos aeroportos e estações. A superlotação no transporte público, sobretudo no metrô, é mais palpável em estações como Bank, Earl's Court e London Bridge, mas quem apostou no caos, errou.
Olivia Harris/Reuters | ||
Teleférico Emirates Air Line cruza o rio Tâmisa próximo à O2 Arena, em Greenwich |
O próprio departamento de transportes de Londres, o TfL, recomendou que os londrinos trabalhassem de casa durante os Jogos, já que algumas estações só ficariam transitáveis caso 60% dos passageiros habituais mudassem seu itinerário. E acertou.
Anunciado por toda parte, o site www.getaheadofthegames.com (ou seja, adiante-se aos jogos) recomenda que o cidadão planeje sua rota de antemão para evitar áreas de maior afluência.
Com ele, é possível baixar boletins diários com os piores trajetos, consultar mapas de congestionamento e utilizar uma ferramenta para planejar a viagem.
O uso de carro não só é desaconselhável como honestamente idiota, já que não há estacionamento nos locais dos eventos, nem em suas proximidades. Ir a pé ou de bicicleta tem sido as melhores opções, segundo a TfL.
Por essas e outras, muitos londrinos decidiram sair da cidade nesses dias e decretar férias. Até mesmo a British Airways lançou uma campanha publicitária intitulada "Don't Fly" [não voe], conclamando britânicos a ficar em casa e torcer pelos conterrâneos.
Diogo Shiraiwa/Editoria de Arte/Folhapress | ||
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