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20/08/2012 - 19h20

Pagamento a "flanelinhas" é regulamentado no Uruguai

DA EFE

As autoridades da capital uruguaia preparam um plano piloto que inclui o pagamento voluntário de 20 pesos (cerca de R$ 2) aos "flanelinhas" da cidade para evitar abusos, informaram fontes oficiais.

A iniciativa tem o apoio dos partidos políticos que integram o governo regional de Montevidéu e da associação de guardadores de carros.

A ideia é enfrentar uma "situação complexa" para os motoristas de Montevidéu porque se "multiplicou" a presença de "oportunistas" que exercem "quase uma chantagem e cobram valores abusivos" para cuidar dos veículos, afirmou à agência Efe o vereador Edison Casulo, do Partido Nacional e mentor do projeto.

Atualmente, em Montevidéu, onde reside metade dos 3,3 milhões de habitantes do país há "800 'flanelinhas' registrados", mas "pelos menos 2.000 ou mais que realizam a atividade sem permissão nem qualquer tipo de controle", acrescentou.

Casulo disse que a iniciativa "busca regulamentar a tarifa para fazê-la justa e controlável".

O Uruguai bateu no ano passado o recorde histórico da venda de automóveis 0km com 48 mil veículos, 12,5% a mais que em 2010, segundo dados da Associação de Comércio Automotivo.

Para conseguir uma permissão da Intendência Municipal de Montevidéu como "flanelinha" deve-se ter um atestado médico que o habilite a trabalhar, certificado de boa conduta e comprovante de residência.

Em espetáculos realizados recentemente na cidade que reuniram grande quantidade de público, como shows internacionais, Carnaval e partidas da seleção de futebol nas eliminatórias sul-americanas da Copa do Mundo, "havia muitos oportunistas e vários excessos" nos estacionamentos de veículos.

"Alguns 'flanelinhas' exigiram 50 pesos (R$ 4,86) e até 100 pesos (R$ 9,71) para vigiar os automóveis. Algo totalmente fora do normal", destacou o vereador do Partido Nacional.

Jorge Meroni, também integrante da Comissão de Transporte da Junta Departamental de Montevidéu e vereador pelo partido Frente Ampla, disse à agência Efe que a iniciativa procura "pôr ordem" na relação entre os guardadores e os motoristas e "beneficiar a ambas partes com regras claras e sem permitir excessos".

A ideia é "sugerir" um pagamento de 20 pesos como "plano piloto" e como "retribuição voluntária", caso os motoristas "queiram e aceitem" a vigilância para seu veículo em lugares de grande concentração.

"Os flanelinhas em todos os casos deverão ter sua carteira de habilitação e os inspetores da Prefeitura Municipal de Montevidéu (IMM na sigla em espanhol) serão os encarregados de fazer o controle", acrescentou.

A Comissão, formada também pelo vereador do Partido Colorado Carlos Larrosa, planeja levar o projeto ao plenário da Junta para sua aprovação antes do final de agosto.

O presidente da associação de guardadores de carro, Ramiro Romero, destacou à Agência Efe que o sindicato "está de acordo e apoia" a iniciativa das autoridades.

A associação "está lutando" para "defender os direitos" dos guardadores que têm permissão e "parece bom" que nos espetáculos que atraem muita gente "se possa cobrar dos motoristas 20 pesos pelo serviço".

"Está claro que esse pagamento não é uma obrigação. Cada um deve saber ganhar sua gorjeta com bom atendimento e correção", acrescentou Romero, de 56 anos, que em sua juventude foi carpinteiro, mas que há mais de uma década cuida de veículos no centro de Montevidéu.

O presidente da associação admitiu que nas ruas da capital uruguaia "há casos de abusos e oportunismo de 'flanelinhas' que trabalham sem registro. Isso prejudica a imagem de todos", afirmou.

Se em um estacionamento do centro da capital os condutores pagam entre 35 (R$ 3,40) e 40 pesos (R$ 3,88) "parece razoável que um guardador receba 20 pesos de gorjeta por seu serviço", acrescentou.

 

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