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27/09/2012 - 04h10

Palácio Barolo serviria para velar restos de Dante

DO ENVIADO A BUENOS AIRES

Hoje, o edifício da avenida de Mayo, 1370, passa despercebido em meio a tantos outros arranha-céus. O palácio Barolo, no entanto, foi uma das construções mais ambiciosas de seu tempo.

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Concluído em 1923, chegou a ser o mais alto da América Latina. Seu objetivo final, porém, era ainda mais nobre: servir de abrigo para os restos mortais de ninguém menos do que o escritor Dante Alighieri (c.1265-1321).

Hoje funcionando como qualquer outro prédio de escritórios, o visitante pode entender melhor suas aspirações e segredos em visitas guiadas (50 pesos; R$ 22).

Sua construção foi um projeto de vida do empresário italiano Luis Barolo, instalado na Argentina, que tomou para si a tarefa de guardar as cinzas do célebre autor florentino, por receio de que futuros combates, mais intensos do que a Primeira Guerra (1914-1918), pudessem levar o patrimônio cultural europeu à destruição.

O prédio, então, foi desenhado pelo arquiteto Mario Palanti, assim como Barolo, estudioso da "Divina Comédia". Referências à obra se espalham pelos cantos. Os cem metros de altura do palácio correspondem aos cem cantos do poema. Térreo e porão representam o inferno (como se nota pelas gárgulas no estatuário do rol de entrada). Já os 14 primeiros andares, que formam a base da torre, dão forma ao purgatório.

O estilo eclético pode ser notado desde a fachada. A torre, no 22º andar, toma emprestada a arquitetura indiana, da região de Budanishar, e simboliza a união "tântrica" entre Dante e Beatriz.

Daniel Medici/Folhapress
O palácio Barolo, que está localizado na avenida de Mayo
O palácio Barolo, que está localizado na avenida de Mayo

A cúpula foi projetada com funções práticas: um farol foi instalado, potente o suficiente para ser visto do Uruguai. Um outro edifício de Palanti, o palácio Salvio, de estilo e altura semelhante, localizado em Montevidéu, teria um outro farol -que jamais chegou a funcionar. Juntos, eles serviriam como indicadores da foz do rio da Prata.

É claro que o palácio nunca exerceu seu propósito último. Mesmo um primeiro mausoléu encomendado para Dante da Europa desapareceu com o navio que o levava à Argentina. Hoje, há uma réplica deste no centro do hall de entrada.

Além dessas peças e da história, o visitante também pode conferir uma inusitada vista de Buenos Aires a partir do alto - especialmente do Congresso e da avenida de Mayo.

As visitas guiadas acontecem às segundas e quintas, das 16h às 19h, de hora em hora. Há visitas com jantar incluído (95 pesos; R$ 41) às segundas, às 20h30, e às quartas e sextas, às 20h.

O site oficial do passeio é www.palaciobarolotours.com.ar. (DANIEL MÉDICI)

Editoria de Arte/Folhapress
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