Cuba deve fechar 2015 com recorde histórico de turistas
Alexandre Meneghini-26.ago.2015/Reuters | ||
Turistas em praia de Varadero, em Cuba |
Cuba fechará 2015 com um recorde de chegadas turistas estrangeiros –que até 30 de novembro totalizavam mais de 3,1 milhões de pessoas–, se consolidando também como destino para cruzeiros, com mais de 20 mil passageiros neste ano.
Segundo dados divulgados na semana passada pelo Escritório Nacional de Estatísticas e Informação, até novembro chegaram ao país 3.139.764 turistas estrangeiros, provenientes sobretudo do Canadá, o que representa um crescimento de 17,6% em relação a 2014 (a título de comparação, o Brasil recebe cerca de 6 milhões de turistas por ano ).
Depois do Canadá, Alemanha, França e Reino Unido foram as principais origens dos visitantes que foram a Cuba neste ano. Mas o órgão registrou "aumentos notáveis" nas chegadas de turistas do Japão, Haiti, Costa Rica, Irlanda e Polônia.
Cuba tinha ultrapassado a barreira dos 3 milhões de turistas estrangeiros pela primeira vez em 2014. A atividade representou um acréscimo de US$ 2,7 bilhões aos cofres do país. O "boom turístico" coincide com o novo cenário de normalização das relações entre Estados Unidos e Cuba, após meio século de inimizade.
Desde o dia 1º de janeiro de 2015 até meados de dezembro, 147.401 turistas americanos visitaram Cuba, 62.807 a mais do que no ano anterior. E os especialistas preveem que o fluxo duplicará quando os EUA flexibilizarem as restrições de viagem à ilha.
Segundo dados do professor da Faculdade de Turismo da Universidade de Havana José Luis Perelló, até 17 de dezembro, dia em que se completou um ano do reinício do diálogo entre os dois países, a quantidade de americanos que visitou Cuba cresceu 74,2%.
Perelló também afirmou que Cuba espera receber cerca de 600 mil turistas ao longo da temporada de cruzeiros, inaugurada no último fim de semana com a chegada do MSC Opera, o maior navio desse tipo que já atracou em um porto da ilha.
Frente ao previsto crescimento da demanda por alojamento, o ministro de Turismo de Cuba, Manuel Marrero, anunciou recentemente que Havana e outras cidades do país iniciaram uma estratégia de desenvolvimento, o que inclui a construção de vários hotéis e modernização de outros já existentes.
O governo de Cuba pretende ampliar em 13.600 o número atual de 62 mil quartos estatais na ilha. Isso se soma aos mais de 21 mil quartos alugados por pequenos empresários do setor privado, considerado por especialistas a "segunda rede hoteleira do país".
CHINA
Outro fator que deve incrementar o turismo na ilha é o estabelecimento do primeiro voo direto entre a China e Havana, em uma aposta da companhia aérea estatal Air China.
A primeira vez que a rota foi feita foi no último domingo (27), a partir do aeroporto internacional de Pequim.
Trata-se da primeira conexão direta entre a segunda maior economia mundial e o Caribe e também da primeira rota entre China e América Latina operada por uma companhia do país asiático –há voos para o Brasil e o México, mas administrados por empresas estrangeiras.
A rota, que inclui uma parada técnica para reabastecer em Montréal (Canadá), gera expectativas para o turismo de chineses em toda a América Latina, região pouco visitada por pessoas do país asiático.
A China se tornou, no ano passado, o principal mercado emissor de turistas do mundo –mas os cidadãos chineses ainda preferem a Europa e os países do sudeste asiático para suas viagens.
Liu Bin-28.dez.2015/Xinhua | ||
Passageiros do primeiro voo entre Pequim e Havana desembarcam na capital cubana |
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