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Dente e dedos perdidos de Galileu são expostos em Florença
SILVIA ALOISI
DA REUTERS LIFE!, DE FLORENÇA
Um dente, um polegar e uma lasca de dedo extraídos do corpo de Galileu Galilei (1564-1642) serão expostos nesta semana em Florença, depois de serem descobertos por acaso no ano passado por um colecionador de arte.
Esses pedaços, mais outro dedo e uma vértebra, foram cortados do cadáver de Galileu por cientistas e historiadores durante uma cerimônia de sepultamento ocorrida 95 anos depois desse renomado cientista do Renascimento.
"Os leigos e maçons presentes à cerimônia acharam que deveriam ter alguma lembrança do corpo de Galileu", disse Paolo Galluzzi, diretor do Museu Galileu, de Florença, em entrevista à Reuters.
"Eles acharam que ter um pedaço do homem seria uma homenagem à sua tradição. A ideia de ter relíquias da ciência é muito semelhante, é um espelho das relíquias da religião", disse ele.
Esses restos mortais, junto com dois telescópios, uma bússola e vários outros instrumentos projetados por Galileu, são a principal atração do reformado --e rebatizado-- Museu Galileu, que reabre na quinta-feira, após dois anos de obras.
Alessia Pierdomenico/Reuters | ||
Dedos que pertenceram ao cientista italiano Galileu estão à mostra em museu de Florença |
Enquanto um dedo e a vértebra foram conservados em Florença e Pádua desde 1737, o dente e os outros dedos passaram de colecionador para colecionador, até sumirem em 1905.
Alberto Bruschi, renomado colecionador florentino de arte, sem querer os adquiriu com outras relíquias religiosas em um leilão em outubro de 2009. Foram vendidos como artefatos desconhecidos, contidos em uma arca de madeira do século 17.
Quando Bruschi e sua filha notaram que havia um busto de Galileu sobre a arca, e leram um livro de Galluzzi documentando a manipulação do corpo antes do sepultamento, entraram em contato com o museu. Exames e estudos confirmaram que se trata dos restos perdidos de Galileu.
Por seus estudos em física, matemática e especialmente astronomia, Galileu é considerado um dos pais da ciência moderna. Durante 95 anos após sua morte, autoridades eclesiais proibiram que ele fosse sepultado em solo consagrado, porque suas descobertas contrariavam os ensinamentos da Igreja na época --de que o Sol girava em torno da Terra, e não o contrário, como Galileu sabia.
Seu corpo hoje repousa na igreja de Santa Croce, em Florença, na tumba em frente à de Michelangelo. "Meu desejo é de que em algum estágio esses dedos e dente serão colocados com ele no seu túmulo", disse Bruschi. "Dessa forma, se um dia ele se erguer da tumba, estará inteiro."
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