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Esculturas coloniais deixam subsolo e são expostas em Quito
DA EFE, EM QUITO
Uma coleção de esculturas de madeira, que reúne representações de sacerdotes, mulheres e bustos diversos do século 16 ao 19, é exposta ao público em Quito a partir desta sexta-feira (14).
O local é a Casa de Benalcázar, sede do Instituto Equatoriano de Cultura Hispânica, na capital do Equador.
Esquecidas durante décadas no subterrâneo do instituto, as esculturas de madeira passaram por um processo intenso de restauração antes de serem expostas. A recuperação das peças foi assumida pelo Centro Cultural Metropolitano.
José Jacome/Efe | ||
Detalhe de esculturas de madeira coloniais expostas em Quito |
Eduardo Maldonado, coordenador de Patrimônio da entidade, relatou como as esculturas estavam antes da restauração. "Como a madeira absorve muita umidade, as obras estavam repletas de fungos e traças, que começaram a comer o suporte das peças. Uma das esculturas tinha até um ninho de rato", contou.
Após o processo de restauração, as obras foram expostas novamente na Casa de Benalcázar. Mas, desta vez, as peças deixaram o subsolo para ganhar espaço em uma sala com condições adequadas para a conservação.
José Jacome/Efe | ||
Detalhe de escultura em coleção que pertenceu a conde e ex-embaixador em Quito |
CONDE
Ao todo, são 20 peças de madeira e poucos móveis que pertenceram ao conde Ignacio Urquijo, que foi embaixador da Espanha em Quito de 1954 até 1967.
"Como agradecimento pela magnífica recepção que teve, o conde doou uma série de obras privadas ao Instituto Equatoriano de Cultura Hispânica", disse Vicente Mas, adido de Cultura da Embaixada da Espanha, instituição que se encarregou de financiar a restauração das esculturas.
Pelo estilo das peças, pode-se confirmar que a coleção de Urquijo pertence à escola quiteña e foram esculpidas nos séculos 17 e 18, apesar de haver algumas representações que poderiam ser do século 16 e outra do século 14.
Uma das obras principais é uma inspiração de Nossa Senhora baseada no Apocalipse bíblico de Bernardo de Legarda, um dos grandes artistas da escola quiteña do século 18.
Ao contemplar a coleção, o público irá se surpreender com um curioso fato: quase todas as esculturas não possuem mãos. "Preferimos não alterar esse testemunho histórico com algo para o qual não há evidência [para nos basearmos]. Até poderíamos, mas não devemos", explicou Maldonado.
As esculturas vão ficar permanentemente no Instituto Equatoriano de Cultura Hispânica em uma exposição aberta ao público, informou Vicente. Ele acredita que a restauração fará com que a obra cultural desta entidade seja valorizada novamente.
José Jacome/Efe | ||
Esculturas restauradas com apoio da embaixada espanhola em Quito |
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