Lagostim e linguiça realçam canjica mineira fumegante no Micaela
A cozinha brasileira encontra traços espanhóis no Micaela, um simpático restaurante de tijolo aparente, adornado com artesanatos nacionais e cardápio de pratos vigorosos.
Nas mãos do chef Fábio Vieira, ali a encorpada e tradicional canjiquinha mineira, cuja base é o milho triturado combinado com costelinha, toucinho e afins, surge em uma versão mais delicada que mescla mar e terra.
"A primeira vez que provei canjiquinha foi com a avó mineira da minha mulher, e esse prato tem mesmo alguma coisa de vó", diz o chef, que acrescentou à receita chá de capim-santo com um rico caldo de legumes, que dá suavidade ao conjunto da obra. Ele mistura à linguiça picante, lagostins passados muito rapidamente na frigideira para que a cocção seja finalizada no calor da panela de barro –seu ponto fica um primor, coisa rara.
"Também uso pimentões, como na versão original, e o tomate coloco batido inteiro, com semente e casca, para dar uma acidez no prato. É um dos meus preferidos."
Chega fumegante à mesa, em uma panela de barro, a exalar um perfume inebriante. Custa R$ 56 e é bem servido –a depender da fome, dá para dividir e cai como um abraço nos dias frios.
Micaela
Onde: r. José Maria Lisboa, 228, Jardins; tel. (11) 3473-6849